PM defende que desafio maior do País é alcançar o desenvolvimento

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Ulisses Correia e Silva falava na abertura da Conferência “Cabo Verde: Desafios do Futuro”, promovido pela Agência Lusa, na Capital Cabo-verdiana

O Primeiro-Ministro começou por dizer que os desafios são muitos, principalmente o de Cabo Verde alcançar o desenvolvimento. No entanto, avança, não é um caso impossível, se se valorizar aquilo que o País é, valorizando do ponto de vista económico e securitário a localização do Arquipélago, entre o Continente Africano, a Europa, os EUA e o Brasil, também preservando, cuidando, valorizando e melhorando os recursos do País, nomeadamente, o seu recurso humano, boa governação, estabilidade política e social, a sustentabilidade ambiental e dos recursos marinhos. É por tudo isso, diz UCS, que o Governo está a trabalhar, não para colocar Cabo Verde num País de rendimento médio, mas num País em desenvolvimento sustentável. Aliás essa foi a afirmação deixada na ONU. “O objetivo é atingir o Desenvolvimento e a renda alta. O processo de transição não pode, por isso, terminar na estação de País de Rendimento Médio, mas sim conduzir ao Desenvolvimento. Os mecanismos e as condições de cooperação e de financiamento do desenvolvimento devem ser coerentes e consistentes para lá chegar”, pontuou UCS.

Para o Chefe do Executivo, essas políticas e recursos que o País tem são os ativos que permitem posicionar Cabo Verde como plataformas do turismo, aéreo, marítima, digital, financeira, comercial, industrial e ainda uma plataforma da diáspora para “atrair” capacidades, competências e investimentos, a abrir portas ao mercado externo.

Cabo Verde, precisou o PM, é um País previsível que oferece condições básicas para um bom ambiente de negócios, e que o Governo tem criado condições aliadas à estabilidade, à segurança e à boa governança, para conectar o País com o mundo.

Desafios

O nosso País tem pela frente dois grandes desafios, indicou UCS, nomeadamente, aumentar significativamente, a resiliência e resposta aos choques externos e às alterações climáticas e assegurar boas conectividades. Estas, apontou, são as maiores preocupações que o Arquipélago tem. Todavia, Cabo Verde tem estado a fazer o seu tralhado de casa, e o PM recordou que há 50 anos foi introduzido o primeiro dessalinizador de água do mar. “Hoje, 70% da população utiliza água dessalinizada para o seu consumo. Nos próximos anos, com os investimentos em curso, atingiremos 90%. Cem por cento da indústria turística utiliza água dessalinizada”, precisou.

O Governo, neste momento, está a implementar estratégias para diversificar as fontes de água para a agricultura, com recurso à dessalinização de água salobra, reutilização de águas residuais e massificação de rega gota-a-gota, associadas às energias renováveis. Também, está-se a implementar uma estratégia de transição para um “setor energético, seguro, eficiente e sustentável, sem dependência de combustíveis fósseis”, garantindo o acesso universal e a segurança energética.

“Partindo dos atuais 20%, a nossa meta é atingir 30% de produção de energia elétrica a partir de fontes de energia renováveis até 2025; superar os 50% até 2030 e atingir 100% renovável, até 2040”, indicou. Mas atingir essa meta, garante o PM, só é possível através de reformas no setor energético e da criação de condições favoráveis para investimentos privados na produção e consumo de energias renováveis. “Para atingir as metas até 2030, precisamos de mobilizar 480 milhões de Euros. Mais de 2/3 deste montante deverá ser assegurado via setor privado através de produtores independentes”. O PM concluiu a sua comunicação observando que o desenvolvimento “é uma questão de atitude”.

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