A justiça, a integridade e o reflexo da consciência

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Gosto de trazer as palavras sábias da minha mãe, uma guerreira, para quem, neste mundo, devo tudo. Ela sempre me dizia, caso levasse alguma informação infundada a ela: “Menino, kudadu pa bu ka bai kadia ku manta lambudo”, ou seja, cuidado para não ser acusado de calúnia e ter de ser julgado ainda criança. Sem provas, ninguém deve ser julgado; com provas, ninguém deve ser humilhado. Quem deve, deve pagar a sua culpa; quem não deve, nada tem a temer.

A justiça pertence a Deus, e ao homem cabe viver de forma irrepreensível, com integridade e temor, para que a sua consciência seja o seu maior testemunho.

Num mundo onde a integridade, a justiça e a sinceridade estão em decadência, cabe a cada um de nós fazer uma reflexão profunda sobre a nossa posição como seres sociais e como temos agido neste contexto. Como temos sido no seio da nossa família? Temos cuidado dos valores familiares que nos foram passados de geração em geração? E no âmbito social, temos sido leais, respeitosos e empáticos?

É necessário fazermos uma análise justa e sincera de como temos vivido. Infelizmente, muitos estão mais preocupados com a sua reputação do que em trabalhar, com sinceridade, o seu caráter, de modo a viver de forma irrepreensível e ser um espelho de integridade numa sociedade onde abundam a hipocrisia e o falso moralismo.

Precisamos espelhar a nossa conduta em Jesus Cristo. Em vez de vivermos um cristianismo folclórico, devemos buscar o mais profundo ensinamento de Jesus e segui-lo. Esses ensinamentos estão baseados no amor – que é mais do que um sentimento, é uma decisão. Um amor vertical e horizontal: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos. Significa priorizar Deus e as coisas de Deus e tratar o próximo como gostaríamos de ser tratados.

Infelizmente, a maioria tem escolhido o egocentrismo e o egoísmo como diapasão para as suas escolhas. O “eu” está sempre no centro. Por causa disso, o ser humano tem moldado um deus que se adapta aos seus padrões de exigência, e não um Deus que requer submissão, renúncia e servidão. Assim, perpetua-se um ambiente de prevaricação, julgamentos precipitados e maldade intrínseca no coração humano, com o único objetivo de assassinar a reputação do outro para sobressair como herói, justo ou impoluto.

Essas são algumas das atitudes humanas mais desprezíveis, pois tornam o homem incapaz de estender a mão, de se colocar no lugar do outro e de não julgar por mero achismo ou pelo que ouve. Sobretudo, que ao julgar, lembre-se sempre: sem provas, ninguém deve ser julgado; com provas, ninguém deve ser humilhado. Quem deve, deve pagar a sua culpa; quem não deve, nada tem a temer.

A justiça pertence a Deus, e ao homem cabe viver de forma irrepreensível, com integridade e temor, para que a sua consciência seja o seu maior testemunho.

Portanto, que cada um de nós escolha, todos os dias, viver com retidão, praticando a justiça e a empatia. Que sejamos agentes de transformação, promovendo a verdade e o amor em nossas famílias, comunidades e na sociedade como um todo.

Somente assim poderemos construir um mundo mais justo, onde o caráter fale mais alto do que a aparência e onde a integridade prevaleça sobre a hipocrisia. Que Deus seja sempre o nosso diapasão de comportamento, guiando-nos na verdade, na justiça e no amor, para que a nossa vida reflita a luz que Ele nos chamou a ser.