Quando a ignorância atinge proporções alarmantes, até os mais desatentos acabam sendo afetados. Muito se tem falado sobre o excesso de festivais em Cabo Verde, mas a verdadeira questão não é a quantidade e sim o modelo de festivais que temos hoje. Podemos e devemos discutir melhorias, mas nunca extingui-los, pois esses eventos representam uma fonte de oportunidades únicas ao longo do ano para diversos setores da economia.
Hiacistas, taxistas, comerciantes ambulantes, bares, restaurantes, hotéis, pensões residenciais e até o próprio setor do turismo beneficiam diretamente do dinamismo gerado pelos festivais. Eliminá-los seria um golpe severo para todos que dependem dessa movimentação.
Na cidade da Praia, capital do país, corremos o risco de perder o festival mais emblemático de Cabo Verde, o Kriol Jazz Festival. Isso seria uma tragédia cultural e econômica para a população praiense.
Infelizmente, desde que Francisco Carvalho assumiu a Câmara Municipal, temos assistido a um retrocesso preocupante em diversas áreas essenciais, como saneamento, infraestruturas urbanas e cultura. O que antes era motivo de orgulho para os praienses, hoje se tornou fonte de frustração e desalento.
É hora de refletirmos sobre os rumos que estamos tomando e exigirmos uma gestão que valorize e preserve aquilo que faz de Cabo Verde um lugar vibrante, culturalmente rico e economicamente dinâmico.