As eleições Presidenciais e a “inevitabilidade” da eleição de Carlos Veiga  

As eleições Presidenciais e a “inevitabilidade” (pois a onda está imparável) da eleição de Carlos Veiga  –  Kalu, à Presidente da República de Cabo Verde; e ainda, sobre José Maria Neves e a sua visão de Chancelaria das funções presidenciais.

Faltam 7 dias para os cabo-verdianos nas ilhas e na nossa imensa diáspora escolherem através do voto consciente o seu Presidente da República, a mais alta figura do Estado, aquele que nos representa interna e externamente, de acordo com a Constituição da República.

Naturalmente, que o leitor se apercebe já pelo título que se trata de um artigo de apoio a uma determinada candidatura, porém, comprometemos nestes breves escritos, em jeito de análise destes primeiros 10 dias de campanha, defender ou promover a nossa “dama” socorrendo-nos apenas e, tão somente, da verdade dos factos e com a urbanidade e respeito que todos os candidatos nos merecem.

O candidato do “djunta mom, cabeça e Koraçom” desenhou uma estratégia de Campanha eleitoral onde procurou dar uma ideia de despartidarização das eleições presidenciais socorrendo-se de pessoas e mandatários próximos do PAICV (a quem se poderia chamar de sociedade civil ), mas que não são políticos ou pessoas com perfil de combate político… tal estratégia inovadora, é certo,  visou afastar da linha da frente da equipa mais visível da Campanha as caras mais partidárias que perderam as eleições legislativas de abril e piscar além das hostes do PAICV, procurando  consubstanciar, por essa via,  a ideia  de existência de um movimento cidadão (a la Movimento de Cidadania de Aristides Lima) que o próprio candidato vem propalando mas que, convenhamos , não pegou, não fosse o próprio candidato a cara chapada de um Partido político.

Reparem-se que JMN só tem subido ao palanque com políticos/ PRs de Câmara do PAICV vencedores das eleições autárquicas (Tarrafal, São Filipe etc etc  ) à exceção do PR da CMP  (que está politicamente queimado) ao mesmo  tempo que tem dispensado  políticos e camaradas de várias lutas que, no entanto fazem parte da leva dos  perdedores de abril. O risco desta estratégia, somando as conhecidas divergências com a ala da JHA (que em bom rigor continua com um peso gigantesco no partido) é que o referido candidato parece estar muito solitário, tanto nos comícios (minicomícios) como no porta-a-porta.

Um outro ponto digno de realce é o discurso político do Candidato apoiado pelo PAICV: não consegue disfarçar a sua visão e identificação com o sistema político de Chancelaria do tipo alemão que, aliás, publicamente defendeu em 2015 numa entrevista a um dos jornais da praça… É legítimo  que cada candidato se identifique com um tipo de sistema Político, porém, não é razoável que um candidato experiente como JMN insista permanentemente em propor,  à luz da nossa Constituição, um exercício presidencial de cariz vincadamente executivo/governativo, isto é, fora do quadro e do espírito constitucional…

Outrossim, a postura e o vocabulário que o referido candidato vem utilizando é decepcionante porquanto não eleva a função para qual está a candidatar. O mais curioso é ver choramingar contra a utilização dos recurso públicos a favor do candidato Kalu ( algo de que havendo provas deve efetuar queixa nos órgãos competentes), alguém que governou 15 anos este País, cuja governação esteve envolto a escândalos como fundo de ambiente utilizado para  associações amigas em tempos de eleições , alguém que utilizou descaradamente os recursos da então famigerada Fundação Cabo-verdiana de Solidariedade (extinta) ao serviço das campanhas eleitorais, que utilizou recursos do Estado contra a candidatura de AL e de JCF em 2011 com transferência ilegal  de mais de 37 mil contos  para associações amigas em plena Campanha e que foi denunciado publicamente na TCV pela Doutora Roselma Évora (politóloga), então membro da candidatura de Aristides Lima e pelo Próprio Dr. Felisberto Vieira (seu camarada de partido). Como é possível choramingar desta forma alguém que utilizou e assumiu ter utilizado descaradamente os recursos públicos na Campanha da antiga Ministra das finanças à presidência do BAD e que até hoje ninguém sabe quanto custou aos cofres do Estado tal aventura, tudo em nome dos interesses da nação…

Além do mais, ao contrário do que o próprio convenientemente afirma, a coabitação com Jorge Carlos Fonseca assumiu contornos de alguma crispação. Quem não se lembra a celeuma do então PM JMN de querer à força ir representar CV em 2015 num encontro com o Presidente Obama, causando um debate público sobre a representação externa que veio a ser clarificado pelo Professor Vladimir Brito através de um douto parecer que pôs os pontos nos is em como a representação interna e externa do país, à luz da nossa Constituição,   cabe ao PR, facto  que motivou azedas e deselegantes palavras proferidas  publicamente  por  JMN contra o reputado Professor considerado um dos pais da Constituição cabo-verdiana. Tais factos estão registrados nos jornais.

Caros leitores, Por seu lado, Carlos Veiga enquanto político experiente e arguto optou por desenhar uma estratégia eleitoral adaptado à conjuntura e alinhado com os resultados das legislativas, procurando tirar o máximo proveito dos apoios do MPD e da UCID… Tivesse o PAICV ganho as eleições de 18 de abril o candidato JMN também iria colar ao seu partido…

Nota-se  no terreno e nas redes sociais que a campanha de Kalu tem sido contagiante, alegre e positiva. O marketing e a criatividade associada parecem estar a funcionar muito bem e a juventude massivamente em todo o país já se apoderou da candidatura do Carlos Veiga.

Pelos tempos excepcionalmente difíceis que atravessamos, efetivamente, precisamos na presidência da República um homem estável emocionalmente, um pai de família que inspira confiança e que possa ser um bom pai da nação cabo-verdiana … Um político conhecedor da justiça e da segurança (grandes desafios a vencer) e que desempenhou altas funções no setor público e no privado desde a independência nacional aos dias de hoje, que conhece bem a diplomacia, um jurista brilhante que conhece bem a Constituição da República que ajudou a escrever.

Caros concidadãos, caros jovens, não podemos perder esta soberana oportunidade de eleger um homem carismático, competente e generoso, que deu muito ao nosso país em matéria de liberdade e desenvolvimento. No dia 17 vamos votar em consciência e sobretudo informados. Ami nha vota é na Kalu- Carlos Veiga Presidente, Unir para avançar.