Dez mitos sobre o comunismo internacional – 2.ª parte

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No artigo anterior, vimos, no essencial, os primeiros cinco (5) mitos desta série de dez. É altura de concluir!

Embora, para mim, isto não signifique necessariamente o fim da viagem. Longe disso.
Como escrevi noutro contexto argumentativo, há cerca de 5 anos atrás, “À semelhança do mocho de Minerva, o crepúsculo pode bem ser, como pressentiu Hegel, o prenúncio de novos voos e de novas descobertas”.

É sempre difícil eleger estes mitos, tantos são os enganos e os embustes espalhados pelo comunismo internacional ao longo das últimas décadas, com a força da sua monumental propaganda. Urbi et Orbi.

O comunismo não é, bem visto o assunto, uma simples “ideologia” ou coisa parecida: é apenas estelionato cultural e crime organizado, gizando, a partir de uma utopia absurda, a desgraça das nações.

O 6.º mito é a ditadura militar no Brasil, que os comunistas e os seus “compagnons de route”, na imprensa e nas universidades, consideram sempre um dos piores “crimes” cometidos na América Latina.

É uma história de sordidez e mentiras sem fim. Mas embrulhada, dir-se-ia, num conto de fadas!

Dilma Rousseff e todos aqueles que lutaram “contra” a ditadura são vistos, pelo contrário, como heróis impolutos e eternos guardiães da santa liberdade.

O romantismo das canções de Chico Buarque e companhia limitada, a “turma do bem”, ajudou, aliás, a cimentar essa ideia entre a populaça.

É completamente falso, todavia. Tudo isso é falso até à medula.

Essa gente nunca lutou pela liberdade, mas sim pela instauração, à bomba, de um regime comunista no Brasil, à boa imagem e semelhança de Cuba, cuja caserna policial idolatravam. O que seria, como é evidente, mil vezes pior que a própria ditadura militar, caso a insurreição vermelha triunfasse.

Fidel Castro, essa raposa velha, tirânica e sem escrúpulos, desencadeou, na verdade, uma violenta operação de subversão no Brasil desde o início da década de 60 (do séc. XX).

O sr. João Goulart foi apenas um traidor de meia tigela, e colaborava, obedecendo mansamente, com um regime genocida e ditatorial estrangeiro.

Por isso, foi, em boa hora, apeado do poder, com a concordância massiva da elite cultural do país, dos juristas e constitucionalistas de grande porte e do povo. Sim, do povo, que apoiou entusiasticamente, em larga escala, a destituição de Goulart, joguete imberbe nas mãos da escumalha totalitária.

Infelizmente, não há ninguém no meio cultural cabo-verdiano que reconheça estes factos e os relatem assim. Nenhum livro, nenhum historiador, nenhum “cientista” social.

O nosso meio “cultural”, de alto a baixo, transformou-se numa espécie de delinquência subsidiada pelo Estado e por certas organizações internacionais, comprometidas com “a nobre causa”. É a ignorância letrada, doirada com tiques chauvinistas e mafiosos, pronta a expulsar, de mil e uma formas, do seu pequeno convento todos aqueles que realmente procuram o saber.

Um outro mito poderoso, o 7.º, que os comunistas e quejandos gostam de alardear, com ares de seriedade, é a ideia de que o capitalismo é intrinsecamente mau. Perverso, injusto. Indefensável. A democracia liberal é um fantoche, sugerem.

Assim, só haverá “direitos sociais”, e, claro, progresso humano, se as sociedades e o Estado adoptarem, de uma vez por todas, o emancipador ideal marxista. Karl Marx aparece por aí, amiúde, como o grande apóstolo das conquistas constitucionais e do famoso “Estado social”.

Ora, isto tudo é de uma leviandade absolutamente indescritível e uma impostura inqualificável! Uma estupidez desabrida.

Na teoria marxista não há, nem pode haver, nenhum espaço para os direitos sociais.
Karl Marx abominava tal ideia, vista, de resto, como um perigoso “engodo”, mediante certas concessões legais, das classes dominantes, com o intuito de travar e impedir a sagrada Revolução comunista. Esta é que contava, para ele, enquanto momento último e redentor da humanidade e a esperança derradeira dos oprimidos deste mundo. O que importa é a instauração da “ditadura do proletariado”!

Os direitos sociais foram consagrados, historicamente, pelos Liberais e pelos homens de boa vontade, e muitas vezes com a franca oposição dos socialistas, comunistas e esquerdistas enraivecidos.

Leia-se um Jean-François Revel a este respeito (desde logo, A Grande Parada – Porque Sobrevive a Utopia Socialista, Editorial Notícias, Lisboa, 2001).

O 8.º mito tem a ver com a saga anticomunista nos Estados Unidos da América e o papel, em particular, de J. McCarthy.

Não há artigo de jornal ou conversa de bastidores que não reprove, entre nós, a saga “primária” e anticomunista desse velho senador, sublinhando a sua boçalidade e infinita inconsistência.

O indivíduo era um louco obcecado, qual Dom Quixote de Washington e arredores!

Acontece que o pobre senador, maltratado pelos “bem-pensantes” durante décadas a fio, estava certo, e apenas pecou por defeito. Por desconhecimento de certos factos decisivos, revelados posteriormente.

A turba mentiu, mais uma vez.

O governo norte-americano estava, na altura, completamente infiltrado por comunistas e fazia o jogo dos astutos homens do Kremlin. A bibliografia é vasta.

Ouçamos o resumo informado e insuperável do Filósofo Olavo de Carvalho quanto a este assunto:

“Logo após a publicação de “Venona. Decoding Soviet Espionage in America” por John Earl Haynes e Harvey Klehr em 1999 (Yale University Press), um primeiro esboço das conclusões incontornáveis (que até Haynes e Klehr hesitavam em tirar) apareceu na biografia do senador por Arthur Herman (“Joseph McCarthy. Examining the Life and Legacy of America’s Most Hated Senator”, New York, Free Press, 2000). A reação dos bem-pensantes foi apegar-se aos subterfúgios mais frágeis e rebuscados para poder continuar negando o óbvio. Um sumário dessas reações quase psicóticas foi apresentado por Haynes e Klehr em “In Denial. Historians, Communism and Espionage” (San Francisco, Encounter Books, 2003). Agora, com a estréia do livro ansiosamente aguardado de M. Stanton Evans, “Blacklisted by History. The Untold Story of Senator Joseph McCarthy and His Fight Against America’s Enemies” ( New York , Crown-Random, 2007), a fase substantiva do debate pode se considerar encerrada. Doravante, qualquer insistência na lenda macabra que fazia de McCarthy “um troglodita no esgoto” deve ser condenada como sintoma de desonestidade visceral ou estupidez obstinada. Os fatos revelados por Evans, com esmagadora abundância de provas, são os seguintes:

1. Os documentos principais que atestavam a infiltração comunista no governo americano simplesmente desapareceram dos arquivos oficiais. São milhares de páginas arrancadas, numa operação criminosa destinada a forjar as aparências de credibilidade que serviram de base à demonização do senador Joe McCarthy. Por ironia, os dados faltantes acabaram sendo supridos, em grande parte, pela documentação soviética.

2. Não só havia agentes soviéticos infiltrados nos altos postos do governo de Washington desde os anos 30, mas eles eram em número muito maior do que o próprio McCarthy suspeitava. A influência que exerceram foi tão vasta e profunda que chegou a determinar os rumos da política exterior americana, mediante bem urdidas operações de desinformação, em episódios tão fundamentais como a Revolução Chinesa e a tomada do poder pelos comunistas na Iugoslávia. Nos dois casos, uma enxurrada multilateral de informações falsas induziu o governo americano a trair seus aliados e a ajudar seus inimigos, semeando as tempestades que viriam a desabar sobre ele próprio no período da Guerra Fria.

3. Entre os suspeitos apontados por McCarthy, invariavelmente apresentados pela mídia e consagrados pela ficção histórica como vítimas de perseguição injusta, não apenas não havia inocentes, mas nenhum deles era sequer um puro militante ideológico: não se tratava de meros “comunistas”, mas de agentes pagos da KGB e do serviço secreto militar soviético, o GRU” (sic).

O 9.º mito é uma questão profunda e quase sempre omitida pelos espertinhos de pacotilha que tomaram conta da nossa cultura “superior”, com as suas sortidas falcatruas “pós-coloniais”, etc., etc. (a propósito, a cultura cabo-verdiana transformou-se numa autêntica anedota; hoje em dia, até a sra. Natacha Magalhães, por ex., é tida como “escritora” e vice-presidente disto e daquilo, no âmbito da literatura!!!!!!!!!!!!!!!).

O alvo preferido é sempre o “colonialismo” branco e a “escravatura”, esse mal que ecoará, eternamente, na consciência dos “condenados da terra”.

Não há crime pior, não há desonra mais primitiva.

Esquece-se, porém, o papel dos negros nisto tudo. E sobretudo dos árabes.

Foi o sr. Estaline, o grande estratego russo, que inventou o “terceiro-mundismo” e a sua série infindável de mentiras.

As vítimas do estelionato desconhecem essa enorme operação fraudulenta.

Num artigo primoroso, África às avessas, O. C. desmonta (ver, urgentemente, http://www.olavodecarvalho.org/a-africa-as-avessas/) essa imensa cretinice, disfarçada de História Oficial e “ciência” política indiscutível:

“Um de seus dogmas principais é justamente a acusação de racismo, atirada genericamente ao rosto de toda a cristandade por incontáveis exércitos de intelectuais ativistas e, nas últimas décadas, por todos os porta-vozes do radicalismo islâmico. Imbuído da crença na inferioridade congênita dos negros, o homem branco europeu teria sido, segundo essa doutrina, o escravagista por excelência, dizimando a população africana e financiando, com a desgraça do continente negro, a Revolução Industrial que enriqueceu o Ocidente.

Tudo, nessa teoria, é mentira. A começar pela inversão da cronologia. Os europeus só chegaram à África por volta da metade do século XV.

Muito antes disso o desprezo racista pelos negros era senso comum entre os árabes, como se vê pela palavra de alguns de seus mais destacados intelectuais. Extraio estes exemplos do livro de Bernard Lugan, Afrique, l’Histoire à l’Endroit (Paris, Perrin, 1989):

Ibn Khaldun, o historiador tunisino (1332-1406), assegura que, se os sudaneses são caracterizados pela “leviandade e inconstância”, nas regiões mais ao sul “só encontramos homens mais próximos dos animais que de um ser inteligente. Eles vivem em lugares selvagens e grutas, comem ervas e grãos crus e, às vezes, comem-se uns aos outros. Não podemos considerá-los seres humanos”. O escritor egípcio Al-Abshihi (1388-1446) pergunta: “Que pode haver de mais vil, de mais ruim do que os escravos negros? Quanto aos mulatos, seja bom com eles todos os dias da sua vida e de todas as maneiras possíveis, e eles não lhe terão a menor gratidão: será como se você nada tivesse feito por eles. Quanto melhor você os tratar, mais eles se mostrarão insolentes; mas, se você os maltratar, eles mostrarão humildade e submissão.”

Iyad Al-Sabti (1083-1149) escreve que os negros são “de todos os homens, os mais corruptos e os mais dados à procriação. Sua vida é como a dos animais. Não se interessam por nenhum assunto do mundo, exceto comida e mulheres. Fora disso, nada lhes merece a atenção.”

Ibn Butlan, reconhecendo que as mulheres negras têm o senso do ritmo e resistência para os trabalhos pesados, observa: “Mas não se pode obter nenhum prazer com elas, tal o odor das suas axilas e a rudeza do seu corpo”.

Em contrapartida, teorias que afirmavam a inferioridade racial dos negros não se disseminaram na Europa culta senão a partir do século XVIII (cf. Eric Voegelin, The History of the Race Idea. From Ray to Carus, vol. III das Collected Works, Baton Rouge, Louisiana State University Press, 1998). Ou seja: os europeus de classe letrada tornaram-se racistas quase ao mesmo tempo em que o tráfico declinava e em que eclodiam os movimentos abolicionistas, dos quais não há equivalente no mundo árabe, de vez que a escravidão é permitida pela religião islâmica e ninguém ousaria bater de frente num mandamento corânico.

O racismo antinegro é pura criação árabe e, na Europa, não contribuiu em nada para fomentar o tráfico negreiro.

Característica inversão do tempo histórico é o estereótipo, universalmente aceito, do colonialista europeu invadindo a África com um crucifixo na mão, decidido a impor a populações inermes a religião dos brancos. O cristianismo foi religião de negros muito antes de ser religião de brancos europeus. Havia igrejas na Etiópia no tempo em que os ingleses ainda eram bárbaros pagãos. Mais de mil anos antes das grandes navegações, era na África que estavam os reinos cristãos mais antigos do mundo, alguns bastante cultos e prósperos. Foram os árabes que os destruíram, na sanha de tudo islamizar à força. Boa parte da região que vai desde o Marrocos, a Líbia, a Argélia e o Egito até o Sudão e a Etiópia era cristã até que os muçulmanos chegaram, queimaram as igrejas e venderam os cristãos como escravos. Quatro quintos do prestígio das lendas terceiro-mundistas repousam na ocultação desse fato.

À inversão da cronologia soma-se, como invariavelmente acontece no discurso revolucionário, a da responsabilidade moral. Não é nem necessário dizer que a fúria verbal dos árabes de hoje contra a ‘civilização cristã escravagista’ é pura culpa projetada: se os europeus trouxeram para as Américas algo entre doze e quinze milhões de escravos, os mercadores árabes levaram para os países islâmicos aproximadamente outro tanto, com três diferenças: (1) foram eles que os aprisionaram – coisa que os europeus nunca fizeram, exceto em Angola e por breve tempo -; (2) castraram pelo menos dez por cento deles, costume desconhecido entre os traficantes europeus; (3) continuaram praticando o tráfico de escravos até o século XX. O escravagismo árabe foi assunto proibido por muito tempo, mas o tabu pode-se considerar rompido desde que a editora Gallimard, a mais prestigiosa da Franca, consentiu em publicar o excelente estudo do autor africano Tidiane N’Diaye, Le Genocide Voilé (2008), que comentarei outro dia.

Mas não são só os árabes que têm culpas a esconder por trás de um discurso de acusação indignada. A escravidão era norma geral na África muito antes da chegada deles, e hoje sabe-se que a maior parte dos escravos capturados eram vendidos no mercado interno, só uma parcela menor sendo levada ao exterior. Quando os apologistas da civilização africana enaltecem os grandes reinos negros de outrora, geralmente se omitem de mencionar que esses Estados (especialmente Benin, Dahomey, Ashanti e Oyo) deveram sua prosperidade ao tráfico de escravos, do qual sua economia dependia por completo. Especialmente o reino de Oyo, escreve Lugan, “desenvolveu um notável imperialismo militar desde fins do século XVII, buscando atingir o oceano para estabelecer contatos diretos com os brancos. Já antes disso, a força guerreira de Oyo, especialmente sua cavalaria, permitia uma abundante colheita de escravos que ela aprisionava ao sul, entre os Yoruba, e no norte entre os Bariba e os Nupê. Tradicionalmente, os numerosos cativos tornavam-se escravos no seio da sociedade dos vencedores. Com a aparição do tráfico europeu, uma parte – mas só uma parte – foi encaminhada ao litoral” (sic).

Finalmente, temos o 10.º mito. O mito mais filosófico, digamos assim, da “autenticidade” africana e da ruptura com a história dos brancos. Daí a necessidade ingente da…“reafricanização dos espíritos”.

Diz-se por aí, frequentemente, que Amílcar Cabral introduziu, nos seus escritos, uma linha fundamental. Mas é falso. A ideia da pureza racial e cultural havia sido defendida tanto por Sekou Touré como pelo próprio Mobutu, ex-presidente do Congo/Zaire.

O general Mobutu defendia fervorosamente este “regresso às origens”, aliás com resultados desastrosos. Isso implicava a mudança dos nomes das pessoas, das ruas da cidade, dos manuais de História, etc., apagando, com a fúria típica dos possessos, qualquer vestígio do “colonialismo”.

O passo seguinte, como é óbvio, e deveras lógico, é a perseguição reiterada dos dissidentes e o silenciamento compulsivo das vozes contrárias.

É por isso que chegamos ao absurdo (muito bem escalpelizado, dias atrás, pela Dra Ondina Ferreira) de não termos nenhuma rua nesta querida cidade da Praia a lembrar o nome de Sá da Bandeira, apesar de ter assinado, em Abril de 1858, o Decreto régio “…que eleva a Vila de Santa Maria à categoria de cidade, Cidade da Praia”. E de ter promovido a abolição da escravatura no vasto império português. Ou seja, o fundador da cidade foi relegado, docemente, ao “caixote de lixo” da história, à boa maneira marxista, com o seu ADN de vampiro.

Li Cabral com avidez, desde há vários anos. E escrevi, como é do conhecimento público, alguns artigos sobre o pensamento político-filosófico dele.

Creio que fui, aqui nesta terra, dos primeiros a escrever sobre Amílcar Cabral num sentido crítico. Mas com estudo e ponderação. E fundamentação abundante. Não pretendo minimizar a sua luta.

Honestamente, não consigo enxergar nessa figura mais do que uma réplica apressada de Lenine, etc.. That’s all, folks.

Cabral defendia o partido único, a “vanguarda” revolucionária, a economia estatizada, os tribunais subjugados pelo regime “libertador”, a imprensa amordaçada e coisas do género. O seu modelo político era clara e indiscutivelmente a DITADURA, por mais adornos que alguns queiram, jeitosamente, trazer, enganando os incautos disponíveis.

Alguns dizem: “Era o contexto, temos de situar o homem no seu tempo”.

Sim, mas o “contexto” só serve para ilibar Amílcar Cabral ou também se aplica, pergunto, a Salazar, Hitler, Mao Tsé-Tung, Pinochet e assim por diante?

Parece que o tal “contexto” é um privilégio (justificador, redentor…) haurido do direito divino, aplicável, que lindo, apenas aos déspotas comunistas!

Um dia, com fé em Deus, retomaremos esta sequência e traremos outras novidades.
A civilização constrói-se com verdade. Com labor e reflexão.

Só a verdade nos libertará. Esta é a inconcussa e preciosa mensagem do Evangelho.

Nisto reside também a dignidade humana.



2 COMENTÁRIOS

  1. Mais um excelente artigo, de um dos maiores intelectuais, se não o maior intelectual de Cabo Verde da actualidade e um dos melhores de sempre.

  2. Caro Casemiro,

    Sou brasileiro e regressei recentemente de Cabo Verde, onde eu e minha mulher fomos recebidos de forma excepcional em todos os lugares que visitamos quer em Santiago, quer em São Vicente. Foi seguramente a primeira de muitas outras futuras visitas que tencionamos fazer ao País.

    Parabéns pelo artigo escrito habilmente acima de forma tão lúcida e objetiva (algo infelizmente raro entre os jornalistas brasileiros).

    Dado o seu profundo conhecimento sobre o Brasil, permita-me sugerir um outro “mito histórico” que poderá ser do seu interesse para pesquisa e informação adicional. Trata-se do período monárquico brasileiro, que ao contrário daquilo que falsamente pregam, foi sensivelmente o único período de avanço democrático e liberal sustentável jamais experimentado pelo Brasil. O fim do regime monárquico constitucional está diretamente relacionado à segregação racial no Brasil e à defesa dos direitos dos negros no país.

    Como provavelmente sabe, a monarquia foi ilegitimamente substituída pela república através de golpe militar há 128 anos. Desde então, o Brasil vive um ciclo interminável de graves crises. A república brasileira foi fundada por oligarcas escravagistas e seguidores duma seita postivista bizarra (os dizeres da seita estão visualmente presentes na segunda bandeira republicana e atual bandeira do Brasil “Ordem e Progresso”).

    Infelizmente, o assunto Monarquia Brasileira foi (e ainda é) alvo de forte manipulação, ignorância e fasificação. A grande maioria dos brasileiros deconhece a sua própria história.

    Em síntese, o regime republicano positivista segregacionista brasileiro é a causa dos males do país e isso é evidente para quem se dá ao trabalho de se informar e avaliar de forma imparcial os fatos e dados históricos e atuais verdadeiros.

    Um abraço,

    Leonardo

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