FMI e Cabo Verde alcançam acordo quanto à primeira avaliação da Facilidade de Crédito Alargada

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Missão do Fundo esteve no País entre 2 e 11. Aquela instituição reconhece que não obstante a conjuntura económica mundial difícil, Cabo Verde continua a registar “bons progressos” no domínio do programa de reformas económicas, executado com vista a “reduzir o défice orçamental, preservar a sustentabilidade da dívida, proteger os grupos vulneráveis e promover mais e melhor crescimento inclusivo”

O Fundo Monetário Internacional e as autoridades Cabo-verdianas alcançaram um consenso ao nível técnico relativamente à primeira avaliação do programa ao abrigo do acordo de Facilidade de Crédito Alargada, ECF, entretanto, sujeito à aprovação do Conselho de Administração do FMI, em janeiro de 2023. Após essa data, Cabo Verde deverá aceder a 16 milhões de Dólares, de um pacote maior de 60 milhões de Dólares, aprovado em 15 de junho último, pelo Conselho Executivo do FMI.

A informação foi avançada esta tarde pelo próprio FMI, no final da sua missão ao País, liderada por Justin Tyson.

Aquele organismo internacional avaliou que a economia do Arquipélago “está a recuperar” da pandemia de Covid-19. “Após uma contração de quase 15% em 2020, a economia registou um crescimento de 7% em 2021 e a recuperação continuou forte durante a primeira metade de 2022 (17 porcento variação homóloga na primeira metade do ano), sustentada numa recuperação das entradas turísticas”, refere o comunicado do FMI enviado ao OPAÍS, fazendo constar que a atividade económica foi apoiada pelo crescimento do crédito.

“As perspetivas de riscos mantêm-se elevadas para o futuro devido ao ambiente externo difícil, com os preços mais elevados dos alimentos e dos combustíveis em todo o mundo a começarem também a fazer subir a inflação em Cabo Verde”, notou o FMI que no entanto assinala que o desempenho global e os progressos no programa de reformas “têm sido fortes” apesar dos desafios levantados pela guerra da Rússia na Ucrânia, o aumento dos preços das mercadorias e os efeitos persistentes da pandemia de Cavid-19.

“Todos os objetivos quantitativos avaliados no final de junho de 2022, bem como os indicadores de referência estruturais foram atingidos”, refere o FMI.

Os dados preliminares sugerem uma “melhoria da situação orçamental” durante a primeira metade de 2022. “Os ganhos em receitas fiscais tiveram uma base ampla, impulsionados pela recuperação da atividade económica e apoiados em medidas políticas. Os riscos que as Empresas Públicas representam para o orçamento continuam a ser acompanhados de perto”, assinala a mesma fonte.

A política monetária de Cabo Verde “mantém-se centrada” na proteção da paridade fixa e no reforço de políticas, ao passo que as reservas estão a “níveis confortáveis”, com o BCV a estar a “eliminar gradualmente” o apoio relacionado com a Covid-19, com a retoma de uma atividade económica robusta e considerando a liquidez no sistema bancário.

Ao longo da missão na Praia, a delegação do FMI manteve encontros, com o Primeiro-Ministro, o Vice-Primeiro-Ministro e Ministro das Finanças e do Fomento Empresarial, com o Governador do Banco de Cabo Verde, o Ministro de Estado, da Família, Inclusão e Desenvolvimento Social, de entre outros.