MpD indignado com cancelamento do debate de amanhã

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CNE cancela debate entre líderes partidários e MpD repudia esta decisão e pede que o debate seja reprogramado

Uma decisão da Comissão Nacional de Eleições, CNE, divulgada este sábado, 10, abortou o debate de amanhã, domingo, entre os Presidentes do MpD, UCID e PAICV, no quadro da campanha para as eleições Legislativas do próximo dia 18.

A RTC divulgou que a CNE proibiu o debate de amanhã, na sequência de uma participação do PSD, Partido que concorre em apenas 4 dos 13 círculos eleitorais, inviabilizando o debate que estava a ser aguardado com enorme expetativa.

As direções da Rádio e Televisão públicas “discordam frontalmente” desta decisão, tal como o MpD que pede que o mesmo seja reagendado “em nome de uma maior clarificação de propostas entre as candidaturas e em honra ao bom nome da nossa democracia”.

O Partido de Ulisses diz mesmo que recebeu a decisão da CNE “com surpresa e indignação”, admitindo que esta posição da CNE “não contribui” para dignificar a liberdade de Imprensa e a independência editorial que “sempre pautou” a democracia Cabo-verdiana.
“O MpD planeou antecipadamente toda a agenda” de Ulisses Correia e Silva para permitir a sua participação no debate de domingo, 11.

“Este tempo perdido, infelizmente, não poderá ser recuperado, com o agravante de estarmos na última semana de campanha e com pouca margem para deslocações e compromissos”, refere o MpD em comunicado.

“Defendemos que este debate deve acontecer em nome de uma maior clarificação de propostas entre as candidaturas e em honra ao bom nome da nossa democracia”, sustenta, assegurando que o MpD está e sempre estará preparado e disponível para debater as suas propostas e deixa claro: “não vamos nos esquivar de exigir com rigor uma decisão da CNE que favoreça, em tempo hábil, a realização do debate numa nova data”.

O debate de amanhã deveria por frente a frente Ulisses correia e Silva, António Monteiro e Janira Hopffer Almada, líderes dos Partidos que concorrem em todos os círculos eleitorais nas eleições de 18 de abril.

Um primeiro debate, com todos os concorrentes foi já realizado, um segundo com os líderes de Partidos que não concorrem em todos os círculos, também foi realizado, mas para aqueles dois a CNE nada pronunciou e para o último, de amanhã, diz que não pode haver debate.



1 COMENTÁRIO

  1. Há muito tempo que se instalou em Cabo Verde a ideia perigosa de que para a democracia funcionar, a minoria deve impor-se sobre maioria. Foi assim no parlamento em que a Ucid e o Paicv tentam impor ao MPD um orçamento de estado diferente daquele desejado pela maioria. Essa ideia foi trazida para sociedade com argumentos distorcidos por analistas de meia tigela que associam isto a uma ideia também distorcida da bipolarização política. O mais grave porém, aconteceu quando o Tribunal Constitucional validou um golpe em São Vicente que permitiu a minoria na assembleia municipal exercer ilegalmente os poderes que são legítimos da maioria. Um partido que sai do acordo firmado com os demais para um determinado formato de debate não impor a sua vontade aos demais. Pecou gravemente a CNE e isso é o prenúncio do que pode estar vindo por aí. Temos tempestade política por aí por ação/omissão direta ou indireta da CNE. Escreva o que estou dizendo!

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