Não Morri!

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Miguel Fortes garante estar vivo na polémica 6 mil “mortes” no PAICV. Militante do PAICV, em Portugal, não gostou de ouvir Julião Varela referir-se a ele como morto

Na reação, Miguel Fortes (na foto) garante estar vivo. Ainda há muito por explicar sobre a eliminação de cerca de 6 mil nomes nos cadernos eleitorais do PAICV, em vésperas de eleições diretas para escolha da nova direção do Partido.

A justificação apresentada pelo Secretário Geral, Julião Varela, de que a redução do número de militantes, inscritos nos cadernos eleitorais, se deveu, essencialmente, à morte de militantes, está a provocar desconforto enorme no seio do maior Partido da Oposição, em Cabo Verde.

O Secretário Geral do PAICV justificou a eliminação de cerca de 6 mil nomes, com a depuração dos cadernos, acrescentado que foram expurgados todos os militantes falecidos desde o último Congresso, há 3 anos, a esta parte.

Esta declaração está a causar grande estranheza nos círculos do PAICV, pois parece “bizarro” que em apenas 3 anos tenham morrido cerca de seis mil militantes, de um único Partido.

Não deixa de ser realmente curiosa esta justificação que vem gerando posicionamentos de um vasto número de militantes, alguns até em tom de humor.

Para alguns, com este ritmo de mortes, em escassos anos, o PAICV poderá desaparecer do mapa pois parece ser inédito que em tão pouco tempo tantos militantes de um Partido tenham falecido, e apenas se aperceber esta situação às portas de umas eleições internas. Mas, o protesto mais veemente chegou de Portugal, em que Miguel Fortes, que se apresenta como militante do PAICV, declara-se estar vivo e que, ao contrário do que diz o SG, que o aponta como morto, pois seu nome aparece expurgado dos cadernos eleitorais.

Conforme Miguel Fortes, para além dele, há outros nomes que o PAICV eliminou, por conveniência, mas que estão vivos e a residir em Cidades como Seixal e Almada.

“Coimbra, Benvindo Tavares, Aristides, Adelino Sanches” são alguns dos 50 nomes que o PAICV garante estarem mortos mas que Miguel Fortes confirma estarem vivos, em Portugal.

Fortes desmente, assim, o Secretário Geral do PAICV, em como a redução do número de militantes inscritos de deveu à morte dos mesmos, acrescentando estar à espera que os dirigentes do PAICV “sejam honestos” com eles próprios e com os militantes, bem como com o povo, suspendendo as eleições do dia 22, por estarem feridas de morte.

Estes posicionamentos dão razão ao ex- candidato, José Sanches, que denunciou vícios graves na preparação do processo eleitoral interno no PAICV. Sanches havia constatado que, não tendo recebido os cadernos eleitorais, sequer podia preparar corretamente o dossiê da sua candidatura, por não poder confirmar se as assinaturas recolhidas seriam de militantes do PAICV ou não.

De todo o modo, face a este posicionamento de Miguel Fortes, parece justificável que o PAICV deva clarificar as mortes de seus militantes, quando há nomes vivos, dados como mortos.

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