Este crescimento foi impulsionado pela indústria, turismo e investimento público
O Produto Interno Bruto (PIB) registou um crescimento anual de 7,3% em volume em 2024, segundo dados divulgados hoje pelo Instituto Nacional de Estatística.
Segundo o INE, o Valor Acrescentado Bruto (VAB) a preços de base, registou no quarto trimestre uma evolução homóloga positiva de 5,8% em termos reais, aumentando em 2,7 p.p. em relação ao trimestre anterior.
O VAB do ramo da Agricultura aumentou 0,8% no período em análise, tendo uma contribuição nula na variação total do crescimento do PIB.
O VAB do ramo das Indústrias transformadoras registou um aumento de 12,3% (+1,0% no 3º trimestre de 2024), contribuindo positivamente em 0,6 p.p. para a variação total do crescimento do PIB.
Ainda segundo o INE, no VAB do ramo da Construção, verificou-se um aumento de 18,1% no 4º trimestre, tendo uma contribuição positiva de 0,5 p.p. na variação total do crescimento do PIB.
Comparativamente ao mesmo trimestre de 2023, o VAB do ramo de Comércio apresentou, no 4º trimestre de 2024, uma variação homóloga negativa de 4,0% em volume (-2,3% no trimestre anterior), traduzindo-se num contributo negativo de 0,4 p.p. para a variação total do PIB.
O VAB dos ramos de Transporte e armazenagem e de Alojamento e restauração, apresentaram, em termos reais, uma variação de -2,1% e 27,0%, respetivamente, no 4º trimestre, (contribuindo em -0,2 p.p. e 2,1 p.p. respetivamente, para a variação total do crescimento do PIB), segundo a mesma fonte.
Relativamente às exportações de Bens e Serviços, em volume, no 4º trimestre, apresentaram uma variação homóloga positiva de 6,1% (+8,1% no trimestre anterior).
As exportações de bens diminuíram -6,8% em termos homólogos (+28,1% no trimestre anterior), enquanto as exportações de serviços tiveram uma variação positiva de 10,7% (+4,3% no 3o trimestre).
Quanto às importações de Bens e Serviços, em volume, aumentaram 7,9% em termos homólogos (-10,2% no trimestre anterior), observando-se um aumento nas duas componentes, com variações positivas de 6,5% nas importações de bens (-10,8% no 3o trimestre) e de 13,9% nas de serviços (-7,2% no trimestre anterior).
A divulgação de um crescimento do PIB de 7,3% em volume e outros dados positivos sobre setores como a indústria, turismo e construção pode parecer, à primeira vista, uma boa notícia. Porém, é fundamental observar que esses números, embora possam refletir uma expansão económica em certos setores, não traduzem necessariamente melhorias na qualidade de vida para a população em geral.
O fato de o crescimento ter sido impulsionado por áreas como a indústria e o turismo pode ser positivo do ponto de vista macroeconómico, mas não garante que os benefícios desse crescimento sejam distribuídos de forma equitativa ou cheguem a todos os cidadãos. Se a maioria da população ainda enfrenta dificuldades para suprir suas necessidades básicas, como a alimentação e o acesso a serviços de saúde de qualidade, isso sugere que o crescimento económico não está sendo traduzido em progresso social para todos. O aumento da produtividade e a expansão de alguns setores não se refletem, de fato, na melhoria das condições de vida de grande parte da população, especialmente as mais vulneráveis.
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