O nosso MpD tem de mudar

Ultimamente, não estamos a agir, ou seja, não estamos a antecipar os acontecimentos e nem estamos a ter a pedagogia política de explicar tintim por tintim os nossos actos políticos, evitando as bombas e os seus estilhaços.

Estamos a permitir que sejamos bombardeados dia após dia e não demonstramos ter a sabedoria e resistência dos ucranianos. O MPD não quer ter a consciência de que hoje temos mais adversários do que em 2021 e que esses adversários estão dispostos e determinados, como em 2001, a derrubar o MPD e mandá-lo para a oposição! E sabe-se do que estou a falar.

Estamos a ter baixas insuportáveis e nem sequer damos conta disso. O desgaste é real. A presidência da república agressivamente contra nós! A comunicação social, usando a fake news e os nossos erros, toda contra nós! Todos os activos do Paicv na Administração Pública, com todas as sabotagens, toda contra nós! Temos que ver, que eles querem nos cercar completamente.

E em vez de termos a consciência e os efeitos dessa realidade e suas consequências, ficamos contentes com a alegre e míngua explicação: “O MAIKA LOBO está a ser pessimista!”! Contudo, na política a realidade não muda porque encontramos uma bela e airosa explicação dos factos e dos fenômenos. Não, nada disso nos ajuda.

Ultimamente, temos que convir, que na análise política e na comunicação política o MPD tem falhado e muito. Nalguns casos até de forma gritante! O MPD, ultimamente, nem sequer quer ouvir as críticas-amigas dos amigos e dos companheiros de sempre.

Estamos a perder soldados e generais! As baixas são reais e a percepção das pessoas, agora, não são boas nem as melhores. Cometemos vários erros. Nós não somos caloiros na política. O MPD tem muita gente experiente que ninguém sabe porque não é aproveitada. Sempre fomos muito mais do que o Paicv. Só o desconhecimento é que nos possa fazer pensar o contrário. Mas, todos somos pouco para servir o MPD. Nenhum calendário explica essa inércia nossa.

O futuro do MPD é hoje, nas próximas eleições autárquicas. Confia-se em demasia nos “resultados de governação”. O MPD esquece-se que a política de “resultados” não funcionou na Praia, nas últimas eleições autárquicas. Nem sempre os “resultados”, sozinhos, dão vitória. Há outros factores que os eleitores pesam na sua avaliação. O que aconteceu na Praia, nas últimas eleições autárquicas, se quisermos, foi uma escola de ensinamentos, que nos possam elucidar sobre a forma como os eleitores julgam o desempenho das instituições públicas. Não sejamos ingênuos. Não há Câmara do país que trabalhou como a Câmara da Praia. Entretanto, ela foi chumbada!

Pois! Na Praia, o Paicv, sem que ninguém deu conta, montou bem uma certa percepção da realidade e resultou.

Eu acredito no MPD e nos seus valores políticos. Penso que temos ainda tempo para juntos refletirmos. Nada está perdido ainda, mas temos que escutar a voz da realidade e não confundir a realidade com as nossas verdades e agirmos com inteligência, racionalidade e, sobretudo, com novidades.

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