13 de Janeiro. PR elogia democracia Cabo-verdiana mas aponta fragilidades

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 JMN, que discursava no ato solene de comemoração do Dia da Liberdade e Democracia, precisou que a democracia só estará a realizar-se plenamente quando um conjunto de situações forem resolvidas

O Presidente da República, José Maria Neves, disse hoje que a democracia Cabo-vediana é um dado “indesmentível”, elogiando-a, lembrando que a comunidade internacional a tem como referência e um exemplo no mundo. Não obstante, os ganhos alcançados durante essas mais de 3 décadas, ainda persistem algumas lacunas que precisam ser melhoradas, no entender do Chefe de Estado.

Durante a sua intervenção, o PR precisou que a democracia só estará a realizar-se plenamente quando os jovens tiverem um emprego digno, quando a taxa de pobreza for reduzida substancialmente ou eliminadas, ou quando “milhares” de Cabo-verdianos tiverem acesso a uma habitação condigna como alternativa às “atuais condições precárias, designadamente barracas”.

“Quando o direito à saúde, educação, segurança e o direito ao acesso à cultura entre outros forem assegurados de forma muito mais equitativa à todos e a todas. A nossa democracia realiza-se plenamente quando as condições de mobilidade forem asseguradas entre as Ilhas de forma a evitar a criação de mais periferias num País já por si Arquipélago”, referiu.

Apesar da nossa democracia ainda não estar consolidada, sublinhou JMN é preciso ser preservada, todos os dias e por todos, por isso convidou os Cabo-verdianos a defenderem os valores cordiais da democracia, sustentando que volvidos todos esses anos da democracia, o balanço que se faz “é vastamente positivo”.

O PR dirigiu-se também aos parlamentares afirmando que em Cabo Verde há que se melhorar o que precisa ser melhorado e deixar de lado o clima de crispação política, referindo que os políticos devem concentrar-se no que realmente importa, trabalharem juntos para o País, porque como disse Cabo Verde quer mais e melhor da classe política. “É preciso a tolerância mútua”.

Em todo o mundo, disse, a democracia está em decadência, principalmente por causa da pandemia. “Infelizmente” disse ela foi afetada e muitas liberdades foram vedadas. Em Cabo Verde, continuou, mesmo em Estado de Emergência, as liberdades foram respeitadas e cumpriu-se a Constituição.

Ainda no seu discurso, JMN, que pela primeira vez interveio na qualidade de PR, nesse ato solene, colocou ênfase nas mulheres, precisando que as mesmas estão sub-representadas na política e na administração pública.

Voltou a falar da VBG, avançando que é uma situação “indigna e imoral” que urge combater, assim como casos de violação sexual contra as crianças.

No final da sua intervenção apelou à vacinação contra a Covid-19 e deixou mensagem de sucessos aos Tubarões Azuis, que jogam hoje contra o Burkina Faso, a contar para a segunda jornada da fase de grupos do CAN’2022.