A Cor do Papel Verde apresentado na Ilha do Sal

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Obra de António Gualberto do Rosário teve apresentação por Júlio Lopes, Presidente de Câmara, que assinalou ser este um momento “relevante” na literatura nacional com o lançamento do mais recente romance do escritor

O apresentador da obra iniciou a sua apresentação dando a conhecer uma peripécia ocorrida por volta de 1995, na Ilha Brava, para onde tinha ido por ocasião das festas de São João. Forçado a permanecer na Ilha mais dias que o previsto, Júlio Lopes teve ocasião de privar, mais de perto, com Gualberto do Rosário e ficou a saber que São Nicolau era uma “Ilha de maravilhas, repleta de estórias que nos levam para esse mundo do fantástico ou maravilhoso, base para o temários de obras anteriores” do autor em pauta.

“Há males que vêm por bem”, admitiu, confirmando que naqueles dias teve a “oportunidade e o privilégio” de conviver, de dialogar, “para ser sincero, de mais ouvir” Gualberto do Rosário. Disse ter ficado “impressionado” com a ampla memória e a variedade de faculdades de conhecimentos universais, de imaginação, criatividade, enfim de um dom de contar estórias e eventos.

É nessa altura que o então Jornalista vaticinou que se Gualberto escrevesse as tais coisas e com um bom estilo, ele seria “um grande romancista”. Este tese, veiculou, confirma-se cerca de duas décadas depois.

“A previsão estava correta”, avalia o apresentador da obra que admite que críticos literários, com nome na praça, “já confirmaram” e “reconheceram o grande valor literário” do romance recentemente dado à estampa, pelo antigo Primeiro-Ministro.

No entender de Lopes, com esta publicação, o autor “consolidou ainda mais” o seu nome no cenário da literatura de Cabo Verde como um “romancista de referência” e com ambição universalista.

“Não se pode falar do romance em Cabo Verde sem se referir a Gualberto do Rosário”, enfatiza, observando que A Cor do Papel Verde “não só consolida ainda mais” o prestígio de Gualberto do Rosário como romancista numa “perspetiva qualitativa mas também quantitativa”. E observa que o autor já assinou 4 romances. “É obra em termos de quantidade bem como de qualidade”, reforça, comentando, de seguida, que o autor “não é” grande romancista apenas por causa do objeto ou do temário das suas obras. O que importa, diz Júlio Lopes, não é o objeto, mas o método.

“Além das virtualidades ao nível da linguagem e da ampla capacidade criativa e imaginativa; mas dentro do quadro da chamada verossimilhança da realidade, o autor, nesta obra Cor do Papel Verde, emerge também como um mestre no manejo dos elementos, dos chamados elementos estruturais do romance com efeitos sobre a adesão do leitor à narrativa. Um Romance de grande qualidade em termos de organização técnica” elogiou o Autarca, para quem o que vale é a obra em si. E este romance “fala por si”, completa, assegurando que esta obra “vale em Cabo Verde ou em qualquer parte do mundo” e vale “pelo enredo, o trama, apresentado numa narrativa empolgante de diversidade temporal e espacial”.

Júlio Lopes concluiu que este romance “é o grande género literário” do nosso Século e confirma que com esta obra, o seu autor está a traçar “novos caminhos” para a literatura Cabo-verdiana e apresenta-se como um “representante qualificado” de Cabo Verde no cenário do romance da Lusofonia.

Com a chancela da editora e livraria Pedro Cardoso, na Cidade da Praia, A Cor do Papel Verde sucede a Hora Minguada, Ilha Imaculada e A Herança de Chaxiraxi, todos do mesmo autor.