A demagogia e o populismo de um escriba-mor do PAICV

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Nestes tempos da PANDEMIA DA COVID-19, há quem não escolha o meio para atingir o seu fim. Encarnado pelo espírito de sofista, que estimula as emoções para desviar os munícipes incautos do verdadeiro sentido racional da administração municipal, encontramos um escriba-mor do PAICV num exercício retórico de banha de cobra, que cheira à demagogia e ao populismo exacerbados.

Tudo a propósito da notícia veiculada no FALA CABO VERDE, da TV Record do passado dia 30 de abril, que dá conta da demolição de construções  clandestinas (barracas), no bairro do Alto da Glória, em que aparece um dirigente do PAICV que se autoproclama de arauto do HUMANISMO e SOLIDARIEDADE, a defender o indefensável ou seja  mais um bairro da Jamaica na cidade da Praia, na sua página de Facebook, ao afirmar-se que: “Nem o Covid-19 torna mais humano o coração da Câmara Municipal da Praia”.

Ora, compreendemos a ânsia desse militante em prestar serviço ao seu partido.  Só que não entendemos que o populismo e a demagogia foram os únicos caminhos encontrados para o conseguir. O que configura, a nosso ver, uma manifesta ausência da razão política e da honestidade intelectual.

Senão vejamos:

  1. Segundo o comunicado da Câmara da Praia que tivemos acesso, o espaço onde foram construídos barracas, está integrado no Plano de Loteamento do Bairro de Alto da Glória, que está a ser elaborado e que será apresentado, proximamente na Assembleia Municipal, para aprovação. Enquanto deputado sei que nessa zona vão ser identificados lotes que serão depois distribuídos às pessoas mais vulneráveis,  a construção de um campo de futebol, espaços verdes e estrada que liga Alto da Glória à Simão Ribeiro;
  2. Fica claro que o escriba do PAICV é a favor da desordem e indisciplina numa altura em que o Município da Praia tem em curso  planos urbanísticos, que assentam em disciplinar os arranjos e construções na Cidade da Praia;
  3. Ademais, é do conhecimento público que muitas dessas construções têm  como propósito, garantir mais um lote de terreno para alguns. Trata-se pois,  de mais um negócio de especulação imobiliária que aproveita das fragilidades das pessoas para em tempo de crise, sacar-se  mais uns troquinhos à custa dos mais pobres.  Por isso, montou-se toda aquela encenação fílmica com recurso às crianças sentadas nas cadeiras, para fazer crer que a edilidade estaria a perseguir uma família sem teto. Nada mais falso! Estamos em presença, sim, de mais uma manobra de diversão e entretenimento, para ludibriar os munícipes menos atentos.
  4. O que sempre norteou esta Câmara Municipal da Praia tem sido, justamente, o espírito de HUMANISMO e de SOLIDARIEDADE. É por isso, que desde sempre, a CMP primou por uma gestão de rigor e transparência na gestão da coisa pública e, sobretudo, a pensar no bem-estar e felicidade dos mais vulneráveis, através de uma política de habitação justa e distributiva e nunca uma política que perpetue  práticas ilegais  em nome de um pseudo-humanismo e solidariedade. Isto é, sim, a pura demagogia!
  5. Finalmente gostaríamos de lembrar aos munícipes que, contrariamente, ao que escreveu o dirigente do PAICV, devidamente identificado, a situação do PANDEMIA da COVID-19 por que passa o país e o Município da Praia, em particular, não alinha com a desordem e violação das normas que regem os assentamentos municipais. Antes pelo contrário, não fossem a execução e fiscalização do plano urbanístico e de ordenamento do território, levadas a cabo pela CMP, hoje as consequências, por causa do CORONAVÍRUS, seriam gravíssimas.


1 COMENTÁRIO

  1. Os líderes locais têm a oportunidade de conduzir a mudança construtiva se afastando do laissez faire. As cidades que planejam a escala têm condições de antecipar ao invés de reagir, portanto, são capazes de enfrentar a raiz do problema. Padrões espaciais não planejados são ineficientes e necessitam de mais recursos para se manter, e o alto custo de tomar decisões ruins e não tomar nenhuma decisão pode fazer com que os erros sejam irreversíveis.

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