A triangulação perigosa: USA/Praia/Fogo

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Temos que agir e fazer aquilo que deve ser feito. É tão simples como isso. Combater as desgraças do imobilismo político é a tarefa crucial para o MPD. Criar um sistema forte de defesa das políticas do governo, das instituições da República, colocando o MPD na retaguarda política dessa defesa; desencadear em permanência uma política de comunicação e informação às comunidades, particularmente as comunidades emigradas.

Para esse efeito, o Estado deve criar uma equipa para a comunicação, com rigor científico e com quadros capazes, recrutados no país e na emigração. Essa é uma tarefa do Estado, mais concretamente do governo. Comunicar bem com os cidadãos é uma tarefa importante e não pode ser renegado a um plano secundário. É uma prioridade das prioridades.

Pois! A fábrica da desinformação do Paicv tem a sua sede na emigração. O epicentro das fake news tem o seu foco na emigração, particularmente nos EUA. Atuaram de fora para dentro.

Igualmente temos que dar oportunidades aos quadros afectos ao MPD. Em igualdade de circunstâncias, não ter complexo nenhum de chamar à responsabilidade a confiança política. Essa é uma prática de todos os países democráticos. E sobre essa matéria não recebemos lições do Paicv.

Não foi por acaso que apenas não ganhamos no Fogo. Subimos em termos eleitorais no Fogo, o que é importante, mas é o único sítio que perdemos no país. E essa não vitória não foi por acaso. Tem a ver com a vinda ao Fogo das pessoas que vivem na Praia para votar, mas a outra grande causa é a influência da dita triangulação USA/PRAIA/FOGO.

Entre outras razões, não ganhamos no Fogo devido à influência da triangulação USA/PRAIA/FOGO. Esta tem sido um factor que pesa nas eleições em Cabo Verde. Teremos a oportunidade para falarmos, com calma, sobre o peso dessa triangulação. Posso avançar que ela tem peso económico, tem domínio forte nas redes sociais e tem laços familiares de uma dependência significativa.

É uma triangulação poderosa e tem a capacidade de influenciar e dominar o destino das eleições no círculo eleitoral dos EUA, em parte na Praia e em cheio no Fogo. Quem não compreender bem esse fenômeno, nunca estará apto para processar o seu combate.

Temos que colocar o partido no centro do sistema MPD. Sem cair, evidentemente, na tentação do Paicv, que confunde o Estado com o partido. Não, essa política não serve. O MPD é contra esse tipo de política.

Contudo, o MPD é a favor de uma política junto e em benefício das pessoas. E nas pessoas incluem-se as pessoas-militantes. Os militantes devem ser considerados como cidadãos normais, mas na relação política não devem ser marginalizados por serem militantes de um partido.

O que nos serve é colocar o MPD no centro do combate político. E não se deve esquecer de trazer as boas valências de quadros para o partido. Todos os quadros querem ir para o Estado ou para o governo. O partido também precisa de bons quadros, para poder funcionar como a base pensante de suporte do sistema MPD. Precisamos de um bom governo, mas necessitamos também de um bom partido, que faça o combate político em defesa de todo o sistema MPD.

Não podemos deixar de fora nenhuma mais-valia. Sem preconceitos! O MPD vai ganhar mais folêgo e vai ser o suporte do Governo e do seu Grupo Parlamentar.

Estou crente que com um sistema afinado a funcionar, nunca mais enfrentaremos situações de emergência política. O percurso feito das eleições autárquicas às eleições legislativas foi de uma emergência política. Num curto período de tempo, em apenas seis meses, ter que dar a volta e voltar a vencer em todos os Municípios de Santiago é obra! Diria que foi um milagre! Felizmente as coisas correram bem. Mas, e se fosse o contrário?



3 COMENTÁRIOS

  1. O MpD pode, se desejar, obter a assessoria comunicacional de partidos amigos, como faz o PAICV que já desfruta de amplos apoios logísticos e material junto do PS (Pt), PT (Br), PSOL (Es). Atualmente, o Paicv até conseguiu proeza de ter a SIC Notícias (Pt) com ele. Portanto, MpD deve procurar apoios nos partidos da IDC, partidos do PPE (Partido Popular Europeu) e nos Republicanos. Se não me falha a memória, durante a década de 90, o Maika chegou a estabelecer contactos com o partido Republicano. O MpD deve retomar esses contactos nos USA.

  2. Por uma diferença de menos de 100 votos, o MpD não leva os 9 deputados em Santiago Norte. Isto é obra de UCS. Reconheça o seu fracasso, Paicv. Quem sabe, dói menos, aceitando a realidade.

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