Abdicar do radicalismo

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A estabilidade política e institucional que vivemos hoje é o resultado da forma negociada, pactuada como soubemos fazer a transição para a democracia, transição considerada por todos exemplar!

No contexto de ruptura, PAICV instalado com todos os instrumentos de controlo do poder, o MpD com o apoio popular nas ruas, ambos abdicaram do radicalismo.

Cada um com a sua leitura do contexto político de então; cada um com a sua concepção de democracia; cada um com o seu calendário de reformas e de realização das eleições, nos momentos mais tensos e crispados, próprios de mudanças radicais, como é a substituição de um regime por outro, mas sentaram-se à mesa e chegaram a um acordo, com cedências mútuas.

Devemos prosseguir na via reformista, reforçando e aperfeiçoando a democracia liberal e o Estado de Direito, sem eliminar as diferenças, mas com equilíbrio, moderação, sentido de Estado, na certeza, porém, de que não existe um caminho único que nos levará ao desenvolvimento e ao progresso social.

Não resulta continuar a insistir na separação e classificação dos caboverdianos em “anjos”, de um lado e “diabos” do outro, com vista a alimentar comportamentos políticos extremados em função de filiação partidária ou opções ideológicas de cada um.

É dever de todos contribuir para que o ambiente político seja cada vez mais tolerante e de diálogo e o papel dos líderes políticos é determinante na construção de um ambiente político saudável, que não é compatível com radicalismo, qualquer que seja o seu substrato político ou ideológico.



3 COMENTÁRIOS

  1. O jornal “Estado de São Paulo”, o “Estadão”, mostrou em sua edição de hoje, 29/03/2021, como as milícias digitais são treinadas no Brasil, para detonar adversários políticos. O modus operandi desta canalhice é o mesmo que usa Paicv em Cabo Verde para detonar o Governo de UCS. Primeiro, inventa mentiras, em escala industrial e põe a circular nas redes sociais. Depois a mentira é retomada com “assunto político”, primeiro pelos jornais, rádios e TVs e mais tarde, é o próprio Paicv, alegando notícias veiculadas na imprensa a pedir esclarecimentos e explicações ao Governo. Nessas eleições, o Paicv criou a sua mais nova ficção científica: que a CNE desconsiderou 49 mil votos na apuração geral das assembleias. Na próxima semana, depois de o assunto ser tema mas redes sociais, Rui Semedo fará a comunicação ao País sobre os “votos que sobram”.

  2. E tu tambem amigo Matos,deixa de ser covarde e pare de te esconder por detras desse Peseudonimo Nojento.

  3. Caro Dr. Jacinto Santos, excelente reflexão dando lições de sentido de estado e, mostrando caminhos para unificação dos Cabo-verdianos. Portanto, é necessário que haja dialogo politico, no sentido de convergência de ideias e, não divergência que só contribui para enfraquecer a nossa democracia.

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