Abraão Vicente quer debate sobre Crioulo como língua oficial

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Ministro da Cultura reagia assim às declarações de JMN, a que acusa de “populismo” e de não ter avançado com esse propósito enquanto era Primeiro-Ministro

O Ministro da Cultura e das Indústrias Criativas, Abraão Vicente, afirmou hoje que na próxima revisão da Constituição da República “será obrigatório” um “debate aprofundado” sobre o tema da inclusão do Crioulo, como língua oficial.

Em causa está o artigo 9.º da Constituição, instituída em 1992, que define apenas o Português como língua oficial, mas também prevê que o Estado deve promover “as condições para a oficialização da língua materna Cabo-verdiana, em paridade com a língua Portuguesa”.

“Na próxima revisão constitucional será obrigatório que o artigo 9.º da nossa Constituição seja algo de debate aprofundado, consciente e que todos se envolvam com ciência e sentido de estado na sua alteração, a bem da Nação Cabo-verdiana”, refere o Ministro da Cultura e Indústrias Criativas, numa mensagem colocada hoje na sua conta oficial na rede social Facebook.

A posição surge depois de esta semana, também nas redes sociais, o anterior PM, José Maria Neves, ter defendido a elevação do Crioulo a língua oficial, “a par do Português”.

Em resposta, Abraão Vicente acusa JMN de “populismo”, por não ter avançado com esse propósito enquanto esteve em funções e recordando o “atual Governo em 3 anos de governação já deu o passo mais efetivo e pragmático que sozinho (sem o apoio da Oposição) poderia dar na valorização da língua Cabo-verdiana: a classificação formal da Língua Cabo-verdiana como Património Imaterial Nacional.

“Ao cidadão comum é lhe permitido esse modelo de questionamento “para quando”, não a um ex- primeiro-ministro. Alguém terá de explicar ao JMN que quem esteve durante 15 longos anos como primeiro-ministro, com maioria parlamentar e presidente do Partido que suportava o Governo jamais poderá se colocar na posição de um cidadão comum que questiona como se não soubesse de nada e não tivesse responsabilidade nenhuma sobre o seu próprio legado”, apontou o Ministro.