Administração da BestFly lamenta atraso na certificação do Embraer 190

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Aparelho está parado na placa do Aeroporto da Praia, desde junho, aguardando certificação pela AAC

Já passam, praticamente, 5 meses desde que a BestFly aguarda pela certificação do seu primeiro aparelho Embraer 190, adquirido no Brasil para reforçar a frota da companhia, mas que, entretanto, aguarda pela Autoridade aeronáutica Cabo-verdiana.

O Administrador da BestFly, Nuno Pereira, admitiu que “não é sustentável” todo esse tempo a esperar pela certificação, num processo que faz a companhia perder recursos financeiros.

Noutros países, sublinhou, o processo de certificação demora, “na pior das hipóteses”, dois meses. Em Cabo Verde já leva cerca de 5 meses.

Nuno Pereira falava ontem, em audição numa CPI sobre a TACV.

“Não é possível, não é sustentável, demorar seis, sete ou oito meses para certificar um avião e noutras jurisdições, o mesmo processo leva um mês, um mês e meio. Na pior das hipóteses dois meses”, precisou.

Na mesma audição, o administrador denunciou o que considera ser burocracia nacional em matéria de aviação, e instou as autoridades Cabo-verdianas a atualizarem o seu procedimento, evitando transtornos maiores para os investidores.

“A regulamentação é uma regulamentação que, de certa forma, está ultrapassada e precisa de uma atualização para estar de acordo com as novas regulamentações em vigor”, disse.

“Não terminamos” a certificação, porque o quadro jurídico-legal em Cabo Verde “é um quadro muito burocrático”, constatou.

“Precisamos catalisar e de fazer com que Cabo Verde possa ganhar dinheiro com a aviação e não gastar dinheiro com aviação, como tem acontecido até agora”, desabafou.

“Há várias jurisdições que usam a sua aviação civil sem que para tal sacrifiquem aquilo que são os princípios basilares da aviação, que é a segurança operacional, a excelência operacional. Mas que ganham dinheiro”, enfatizou.

O gestor reconhece que o País tem uma autoridade aeronáutica “bastante competente”, mas, ao mesmo tempo, constata que ela está “desatualizada em termos de regulamentação”, pelo que defendeu um “refresh para poder permitir que se ajustassem às novas realidades da indústria e que permitissem um crescimento da indústria de aviação” no País.



3 COMENTÁRIOS

  1. È inaceitável ! È sò em Cabo Verde que acontece, a borocrasia é demais no país, parece que não tem pessoas competentes para resolvera situação, assim quem paga é Zé povinho. Cordialmente Alice.

  2. Não disse toda a verdade! A nossa regulamentação precisa ser aprimorada pois de facto há muita matéria que está desalinhada com a nossa realidade. Agora, esse processo concreto do Embraer esse senhor sabe muito bem que não é isso que está atrasando o processo, ele sabe, e nós sabemos também. Eles, por exemplo, que façam também uma melhor escolha do seu pessoal envolvido no processo, para evitarmos “raposas” nos testes

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