Afinal para que serve o Serviço Público de Comunicação Social?

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Isto a propósito da recente “polémica” à volta da interpretação do Acórdão do Tribunal Constitucional sobre o SOFA.

Sem estar a entrar no mérito da questão, de quem tem ou não razão, assistimos a um esgrimir de posições Governo vs Oposição na arena pública, leia-se nas antenas dos órgãos públicos da rádio e TV, sem, contudo, se vislumbrar um mínimo esforço dos Órgãos de Comunicação Social no sentido de ajudar a esclarecer onde está a razão. Isto é notório e visível, pela ausência de, entre outros, por exemplo, juristas independentes e abalizados, que entendam, mesmo, do assunto e esclareçam a opinião publica.

Por razões, diria, inconfessáveis, os Órgãos de Comunicação Social Públicos, sustentados com os impostos de todos os cabo-verdianos, deixam ao gosto do freguês que cada um tire as ilações que entender melhor, relativas ao tema, isto num assunto de clara complexidade jurídica e que exigia ajuda de especialistas na análise da questão.

Concordo, pois, que nem os jornalistas nem os Órgãos de Comunicação Social devam ter lado, pois que, o único lado que devem assumir é o da verdade e o compromisso com o Serviço Público que representam. Neste quesito devem, ou pelo menos deviam, perseguir incessantemente a verdade e somente a verdade no sentido de esclarecer a opinião pública para, afinal, quem trabalham, doa a quem doer.

Talvez isto seja pedir muito nesta terra de coisas engraçadas: temos uma decisão de um Tribunal mediante uma queixa; perante a decisão temos uma situação estranha, com o “beneplácito e a bênção” dos órgãos de Comunicação Social Públicos, diga-se de passagem, onde temos tanto o queixoso como o visado a cantar vitória. Isto é no mínimo cómico! E se fizermos uma analogia com um jogo de Basquetebol, era a mesma coisa de termos as duas equipas adversárias a cantar vitória, depois do apito final do árbitro…

Quanto à nossa CS pública, que deveria ajudar a esclarecer, tem se comportado tal qual Pilatos, quando foi levado Jesus Cristo a julgamento. A pregunta que fica, no entanto, é quem é o Barrabás que estão a libertar?

Moral da estória: temos um Acórdão, duas vitórias e a nossa Comunicação Social Pública, “si boka ka sta la”.



1 COMENTÁRIO

  1. A RCV convidou o polícia João Santos para comentar uma questão constitucional. Ele apelida se de jurista. Não nego que talvez tenha o curso de direito. Não vi o diploma. Ele intitula se criminologista e a RCV transformou o em constitucionalista. AJOC que capturar a comunicação social do Estado e pô lo a servir os seus interesses.

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