Ainda bem que essa gente é minoria na sociedade!

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Ainda bem! Rezemos o Pai Nosso! Podemos ser azarados em quase tudo, na chuva que vem pouco, na falta de recursos (minérios, petróleo, lítio), na nossa insularidade, mas numa coisa importante somos um povo feliz: o facto de eles constituírem a minoria sociológica e minoria de expressão social, não obstante a forte intoxicação ideológica e política que fizeram, sempre usando e abusando da figura de Amílcar Cabral.

Fazem o uso da figura de Amílcar Cabral, pois que entre eles, nao há e não existe uma única figura com credibilidade e influência além das fronteiras sociais do partido deles.

E ainda bem que é assim! É neste quadro que inventaram e estão a aproveitar o centenário de Cabral, para forjarem comemorações que querem que se perdurem por um ano inteiro!

Quem no mundo (ou no mundo democrático) faz comemoração de centenário de nascimento de um político por um período de um ano inteiro!? Talvez só a Coreia do Norte! Por mais importante que seja a figura de Amílcar Cabral, realizar a comemoração do seu centenário por um inteiro período de um ano é, absolutamente, um exagero!

Parece que essa gente tornou-se gagá! Tornou-se mais intoxicante! Ainda bem que a maioria da sociedade – mesmo os que têm simpatia por Amílcar Cabral – não vai tolerar ou seguir esse exagero! A juventude de hoje pouco quer saber desses exageros! Era bom que soubessem isso!

1- Essa gente trouxe-nos a maldosa imposição de sermos puros e só africanos, esquecendo o cruzamento cultural da nossa existência, esquecendo a nossa história, a nossa cultura, os nossos costumes e religião, mas a maioria dos cabo-verdianos, não aceitou e repudiou tal imposição!

2- Essa gente trouxe-nos a imposição de um regime monocromático, único partido histórico, sem liberdade e democracia, mas a maioria dos cabo-verdianos recusou o sistema deles e instalou nas ilhas um regime com valores da Constituição de 1992!

3-Essa gente trouxe-nos a miserável interpretação de que Amílcar Cabral é pai da nossa nacionalidade, mas a maioria dos cabo-verdianos recusou tal imposição e ficaram em minoria – sozinhos – a brigar e a querer impor tal leviandade!

4-Querem agora impor-nos de forma um pouco saloia, no ano de eleições, uma comemoração do centenário de nascimento de Amílcar por um período de um ano inteiro, com certeza que a maioria dos cabo-verdianos não vai aceitar tal intoxicação temporal e ficar indiferente ao uso exagerado da figura de Amílcar Cabral!

A sorte do povo das ilhas reside na grande força de essa gente já não dominar mais a sociedade, perdendo influências e ser a expressão minoritária neste país! Graças a Deus!



2 COMENTÁRIOS

  1. Tudo muito bem dito e tem a minha subscrição na íntegra.

    Essa crença de querer transformar a figura do nosso Amílcar em boneco de brincadeira, podem crer que os nossos meninos não vão querer.

    Amílcar Cabral vai muito além de uma figura a ser transformado em boneco animado em que o temos que ter para com ele brincarmos um ano inteiro.

    Não é com isso que todos devemos ir na cantiga.

    Comemoremos os feitos heróicos e extraordinários desta nossa figura na data certa e tenhamo-lo todos eternamente nas nossas memórias porque não é com essa comemoração durante doze meses que o estamos a dar aquilo que merecia ter tendo-lhe sido paupado a vida que, na minha crença pessoal, era possível que até hoje ainda estivesse vivo e a celebrar a sua própria data de nascimento.

    Juntemos e o comemoremos o seu aniversário na justa data e aqueles que nos querem ludibriar que o comemorem todos os dias, mas não na custa de todos nós, sem a demonstração da piedade que andam a fingir ter para com aqueles que eles mesmos proclamam de estarem a passar fome, culpando o governo de não estar a resolver a situação.

    Cabral merece tudo de nós, menos abuso de o termos que usar como se de brinquedo ele se tratasse!

  2. Os promotores deste evento, com a duração de um ano, querem acima de tudo branquear o partido único e a ditadura instalada em Cabo Verde em 1975. Desde 25 de Abril de 1974, que vivia se liberdade em Cabo Verde. Os maus sinais começaram em Dezembro de 1974, quando os adeptos do referendo livre e democrático, os opositores a Unidade Guiné Bissau/ Cabo Verde e os que eram contra a independência total e imediata foram presos no campo de concentração do Tarrafal. Há dias Pedro Pires, com o cinismo característico , ignorou este facto. A governação de 1975/ 1990 foi um fracasso e ficou claro que o PAIGC/ CV fracassou. Desde então e principalmente, depois de 2016 a ambição maior vai no sentido de passar uma borracha sobre o passado, apagando a e deixar os jovens na ignorância. O que se quer esconder : 1. A ditadura de partido único 2. O fracasso da unidade Guiné Bissau/ Cabo Verde m 3. O fracasso e os crimes cometidos contra os comandos africanos na Guiné-Bissau. Por cima destes crimes e fracassos, aparece Amílcar Cabral transformado em Deus e que acima de qualquer mancha e com ele Pedro Pires.
    Pedro Pires tem medo do julgamento da história.

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