Ameaça terrorista. Jovem queria ser primeiro assassino em série em Portugal

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João, de 19 anos, acusado de planear ataque à Faculdade de Ciências admitiu, em Tribunal, vontade de atirar ‘cocktails molotov’ e esfaquear pessoas em Lisboa

Um jovem de 19 anos, acusado de planear ataque à Faculdade de Ciências, em Lisboa, Portugal, admitiu esta terça-feira, em Tribunal que queria atirar ‘cocktails molotov’ e esfaquear pessoas, naquela Universidade.

Entretanto, precisou que só não fez o que pensou porque não teria “coragem para matar uma pessoa”.

“Talvez ir para o auditório e atirar cocktails molotov, atirar setas, esfaquear pessoas”, respondeu o arguido ao juiz sobre o que pensava fazer quando chegasse à Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, sublinhando como motivações “a depressão, o fato de estar em Lisboa e querer a atenção das pessoas da comunidade”.

Confessando que não queria “atingir ninguém em especial”, o estudante universitário descreveu os sucessivos adiamentos da execução do ataque – que chegou a ser apontado para os dias 3, 4, 7 e 9, até fixar finalmente o dia 11 – e defendeu que isso se traduzia numa vontade de não executar mesmo o ataque.

“Por que razão é que não avançou?”, questionou o juiz. E João Carreira respondeu: “Porque não queria. (…) Acho que não queria fazer aquilo realmente. (…) Acho que não tinha coragem para matar uma pessoa”.

João Carreira foi acusado em julho pelo Ministério Público de dois crimes de terrorismo, um dos quais na forma tentada, e de um crime de detenção de arma proibida.

Ficou em prisão preventiva desde 11 de fevereiro de 2022, tendo a medida de coação sido substituída por internamento preventivo no Hospital Prisional de Caxias, com o MP a alegar “forte perigo de continuação da atividade criminosa e um intenso perigo de perturbação da tranquilidade e da ordem públicas”.