Apuradas causas do acidente que matou 8 militares

0

Segundo relatório a perda de controlo da viatura por parte do condutor na sequência da quebra de alavanca de mudança de velocidade está na origem do trágico acidente

As Forças Armadas de Cabo Verde anunciaram hoje que a causa direta do acidente em Guindon, Tarrafal de Santiago, que vitimou oito militares, quando iriam dar apoio no combate ao incêndio na Serra Malagueta, foi a perda de controlo da viatura por parte do condutor, ou seja, a causa humana, e a falha no procedimento de mudança de marcha, após várias tentativas, e que resultaram na quebra da parte superior da alavanca.

“Analisados todos os fatos e evidências recolhidas durante o processo de investigação, inclusive das perícias técnicas e depoimentos dos entrevistados, conclui-se que a causa direta do acidente é a perda de controlo da viatura por parte do condutor, na sequência da alavanca se ter partido, associado a uma incorreta avaliação situacional, que resultou na decisão de embater com o camião na “rocha”, aliado à falta de evidências da utilização dos travões” apontou o Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, Contra-Almirante António Duarte Monteiro.

Essas conclusões apontadas por este responsável constam no relatório de investigação instaurado para apurar as causas deste acidente e fatores contributivos, que estiveram na base dessa ocorrência.

Segundo deu conta o Chefe do Estado-Maior das FA, a investigação versou sobre 3 aspetos fundamentais, nomeadamente o Fator Humano, o Fator Material e o Fator Ambiental, bem como a recolha de depoimentos de militares que sobreviveram ao acidente.

Outra conclusão que conta neste relatório, é que o camião “DONFENG” FA-07-76, fabricado em 2021, encontrava-se em condições operacionais de utilização, aquando do seu empenhamento nessa missão, não tendo sido detetada, até ao momento do acidente, nenhuma avaria ou anomalia no camião; relativamente ao condutor segundo os dados do relatório, estava devidamente habilitado para a condução do veículo acidentado, pois possuía carta de condução nas categorias B, C e F desde o ano de 2017.

No referido relatório de investigação constam algumas recomendações a serem adotadas pelas FA, com vista a incrementar a segurança operacional nos meios de transporte terrestres, nomeadamente implementar a formação de condução defensiva e evasiva; dotar as viaturas de transporte geral de melhores condições de segurança para o transporte de pessoal nas carroçarias; equipar as viaturas das FA, quando operacionalmente adequado, com equipamentos de segurança e controle, tais quais sejam tacógrafos ou sistemas GPS e limitadores de velocidade; entre várias outras.