Alerta é da Diretora do Centro Educativo Miraflores, na Cidade da Praia, para quem os pais devem orientar os filhos no uso da Internet e no que consomem nas redes sociais
A Diretora do Centro Educativo Miraflores, na Cidade da Praia, a Irmã Oclízia Paiva Tavares, alerta para o uso das redes sociais sobretudo dos mais pequenos e sugere que os pais devem orientar os filhos no uso da Internet.
O alerta foi deixado por ocasião do Natal, numa entrevista ao Jornal Expresso das Ilhas, em que aquela formadora questiona, nomeadamente, porque uma criança de uns 12 anos, possa estar “todo o tempo” nas redes sociais, vendo “tudo e mais alguma coisa”.
Segundo a religiosa, uma criança nesta idade “ainda não tem consciência” para “separar as coisas”, pelo que lhe falta orientação sobretudo dos pais.
Propriedade da Congregação Escravas da Santíssima Eucaristia e da Mãe de Deus, o Centro Educativo Mirafloes é uma instituição Católica de ensino e evangelização, que recebe alunos do pré-escolar ao secundário.
Na sua entrevista, a Irmã Oclízia Paiva Tavares põe tónica na questão de orientação das crianças que navegam pelas redes sociais, e conclui haver uma “grande poluição mental”, em que as crianças “ingerem tudo, não conseguem separar”, chegando mesmo a demonstrar nas suas “próprias atitudes de violência” e nos “vocabulários que usam”. “Então, os pais têm um papel importantíssimo que é orientar, seguir e mostrar o que devem ver e o que não devem ver”, reforça, advertindo que “não se pode colocar uma criança de 12 anos com um telemóvel ou um tablet com Internet (na mão) e não a orientar. Infelizmente, na maioria dos casos não há orientação”, constata.
A religiosa observa que as redes sociais “têm uma mais valia, e vemos também isso nos nossos jovens: têm muito mais informações”, mas adverte que ali “não têm formação, mesmo a nível de valores”.
“Nós sabemos que nem tudo o que recebemos nas redes sociais transmite um valor para os nossos alunos. Então, é isso que falta, uma certa orientação por parte dos pais”, insiste, dando conta de que o Centro Miraflores “está consciente também dessa falta”, pelo que vai procurando orientar os alunos “chamá-los à atenção para ver se conseguimos, juntos, colmatar estas situações”.
Aquela formadora constata haver em Cabo Verde, “uma grande evolução” tecnológica, a nível de acesso à Internet, mas como diz “temos de a saber usar, também nós, porque todos somos influenciados”.