BARRAGEM DE POILÃO: Os custos de uma obra pública inacabada

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São cerca de 7 metros de lodo – equivalente a um prédio de 2 andares – a serem retirados do interior da barragem, envolvendo vários equipamentos pesados, com custos elevados para o tesouro público

Especialistas na matéria dizem que as obras da barragem do Poilão, na ilha de Santiago, nunca foram concluídas, e cita como caso gritante a não realização de obras a montante, para proteger a infraestrutura.

Segundo apurou OPAÍS não foram feitas obras de proteção das encostas que pudessem evitar o assoreamento da barragem e nem foram feitas obras de adução e distribuição para rega da água retida.

“Mas estas obras não foram realizadas em nenhuma das barragens” em Cabo Verde, critica em jeito de alerta, admitindo que o Estado possa ter que vir a arcar com outros custos, sublinhando que nas barragens construídas não foram feitas estas “obras essenciais” para preservação e funcionamento das mesmas.

Segundo o especialista ouvido pelo OPAÍS, na verdade foram feitas apenas a construção da parte de retenção da água o que é de todo “manifestamente insuficiente”.

A barragem de Poilão tem cerca de 10 anos e em tão pouco tempo está a pedir obras, precisamente, porque não se teve o cuidado de concluir a infraestrutura.

50 mil contos

Sucede, entretanto, que para corrigir os defeitos de construção, o atual Governo da república está a investir 50 mil contos no desassoreamento da barragem, conforme decisão tomada em Conselho de Ministros, a 20 de junho.

A resolução então adotada autorizou a realização de trabalhas de limpeza parcial da barragem, que ocupa um perímetro de 63 hectares de terreno.

Basicamente, serão serviços de descarga, de desobstrução da barragem, permitindo assim que os terrenos, nas próximas chuvas, estejam em condições.