Bento XVI reitera que decisão de renúncia foi “difícil”

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Oito anos depois de deixar o comando da Igreja Católica, Papa Emérito admite que “alguns” dos seus amigos “fanáticos” ainda “estão zangados” com a sua decisão

Bento XVI completou ontem, domingo, 8 anos desde que renunciou ao governo da Igreja, deixando caminho aberto para a eleição do seu sucessor, neste caso Francisco.

A sua renúncia continua a suscitar comentários de vária ordem, mas o Papa Emérito garante que tomou uma “decisão difícil”, mas em “consciência”.

“Foi uma decisão difícil, mas tomei-a em plena consciência, e creio que fiz bem”, recorda numa entrevista ao “Corriere della Sera”, por ocasião de mais um aniversário da sua resignação.

Bento XVI admite que “alguns” dos seus amigos “fanáticos” ainda “estão zangados” com a sua decisão porque “não quiseram aceitar” a sua escolha comunicada aos Cardeais, em 2013.

O antecessor de Francisco rejeita o que chama de “teorias da conspiração” sobre a sua renúncia e reitera a sua fidelidade à Igreja, liderada por um único Pontífice, Francisco. “Não há dois Papas, o Papa é só um”, asseverou.

Quanto aos motivos da renúncia, Bento XVI lamenta que houve quem tivesse associado ao escândalo do “Vatileaks”, a um possível complô do “lobby gay” ou ainda por causa do caso com o teólogo conservador lefebriano Richard Williamson. “Não querem acreditar numa opção tomada conscientemente. Mas a minha consciência está no seu lugar”, realçou.

Desde que se resignou, o Papa Emérito optou por uma vida discreta, de oração e meditação no antigo Mosteiro Mater Eclesiae, no Vaticano.
Prestes a completar 94 anos de idade, o Papa Emérito está naturalmente “fisicamente frágil, mas lúcido”, conforme atestou, recentemente, um seu colaborador.

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