Bispo de Mindelo admite que fenómeno das seitas “é preocupante”

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Dom Ildo Fortes lamenta que as seitas estejam a “aproveitar da situação do nosso povo que é pobre” para se promoverem muitas vezes com promessas de “respostas fáceis”

Em entrevista ao OPAÍS.cv, o Bispo de Mindelo aborda o fenómeno das seitas em Cabo Verde, admite que é algo “preocupante” até porque as seitas oferecem “respostas fáceis” para os muitos problemas das pessoas, sejam físicos, psíquicos e morais.

“E as seitas oferecem uma salvação muito fácil, há muitas pessoas que infelizmente, sem uma fé esclarecida, caem rapidamente nestas propostas fáceis”, lamenta o Prelado.

Muitas vezes há situações em que as seitas “começam por dar dinheiro”, em troca de algo. “As seitas têm outra coisa que é extorquir, explorar os outros”, denuncia o Bispo que lamenta casos de pessoas que perderam tudo o que tinham, por causa das seitas. “A Igreja não pode nunca fazer o proselitismo, que é, eu te dou mas com interesse. Te dou se fores meu, se vieres para mim”, observa, assegurando que a Igreja Católica “exerce a caridade”, através do seu movimento social que é a Cáritas, um serviço que “não é” para os Católicos. “É para o pobre, seja quem for. Pode não ter fé nenhuma. É pobre, precisa de apoio, apoiamos. Este é o modo de funcionar da Igreja”, assegura.

Dom Ildo Fortes denuncia, por outro lado, a pregação do Evangelho pelas seitas “de forma superficial”, chegando-se mesmo a pôr em cheque o “valor e a autoridade” da Igreja, confundindo as pessoas.

“Há muitas pessoas que ficam com a cabeça muito confundida e baralhadas, às vezes temos que ir ajudar as pessoas a recuperarem da desorientação onde caíram com as seitas”, pontua, ao mesmo tempo que reconhece não se poder colocar todas as Igrejas no mesmo patamar.

“A Igreja Católica tem excelentes relações com outras confissões religiosas, sobretudo aquelas que na história já deram uma prova de seriedade e têm muito de válido”, assegura.

Na entrevista que nos concedeu o Bispo de Mindelo lamenta também as situações de extremismo e fundamentalismo e roga a Deus para que esta situação “nunca venha a acontecer” em Cabo Verde.

“Por trás desse fundamentalismo estão interesses, o terrorismo, há um terrorismo organizado pelo mundo que serve-se da religião para fazer das suas. É impossível que uma religião séria faça aquilo que assistimos em Cabo Delgado, em Moçambique, ou na Nigéria onde pessoas são dizimadas. Há fratricídio e homicídio, isto não tem nada a ver com religião. É outra coisa”, denuncia.



3 COMENTÁRIOS

  1. Com a entrada em função do bispo dom Ildo a Igreja Católica em SV, em particular, ganhou nova frescura e energia e pelos vistos tem contribuído para uma igreja mais próxima das pessoas. Quem acompanha as dinâmicas sociais de SV vê igrejas instaladas em várias localidades e com padres nacionais… sinais de que a igreja vive bons tempos em tempos difíceis.

    • “igreja descentralizada”??????
      Esse conceito não existe nem pode existir na Igreja. Este critério é político, não serve à Igreja. Precisa conhecer mais, muito mais sobre os critérios seguidos pela Igreja nos seus pronunciamentos, acções e decisões.

  2. Igreja katólika e di kes prinsipal seita na mundu. E Bon nu rikorda Modi kes txiga Áfrika

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