Cabo Verde com baixa prevalência do tabagismo

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Mesmo assim, morrem 104 pessoas por ano devido às consequências diretas do tabagismo. Em termos de custos económicos, o País gasta 1.62 mil milhões de escudos por ano em situações decorrentes do uso do tabaco

Estas conclusões advêm de um estudo de caso de investimento no controlo do tabaco em Cabo Verde, apresentado, na última quarta-feira, 7, na Cidade da Praia.

O estudo para o controlo do tabaco foi apresentado numa perspetiva económica e mostra o fardo económico que Cabo Verde tem com o tabagismo.

Segundo o estudo, a prevalência do tabagismo em Cabo Verde é relativamente baixa se comparado com o contexto africano. “Nem chega aos 10 por cento”, garantiu o ponto focal para o controlo do tabaco do Ministério da Saúde, Celso Monteiro. Entretanto, avança, a perda da massa laboral e os gastos em situações decorrentes do tabagismo é bastante. “Quando olhamos para o custo económico que o País tem do ponto de vista de dinheiro, vemos que Cabo Verde gasta 1.62 mil milhões de escudos por ano em situações de ocorrência do tabagismo e muito deve-se à falta de produtividade, de rendimento no trabalho, na qualidade de saúde, etc, mas, igualmente, o dinheiro que as famílias gastam com o consumo do tabaco”, revela Celso Monteiro.

No que respeita as perdas humanas, afirma que o País perde, anualmente, 104 pessoas devido às consequências do tabagismo. “Falamos de mortes de pessoas que ainda estão na idade de produtividade, ou seja, de pessoas que estão na idade de contribuir e é uma perda numa perspetiva de massa laboral bastante significativa”, considera.

Para inverter a situação e aliviar o fardo económico, afiança Monteiro, Cabo Verde deverá continuar a agravar as taxas sobre o tabaco e apostar mais nas mensagens sanitárias. “Cabo Verde está no processo de implementação da convenção quadro e tem um projeto lei, mais abrangente e adequado, que mais dia, menos dia vai alargar muitas questões relativamente ao fumo. Vai, sobretudo, aumentar a taxa de coimas. Cabo Verde vai continuar a trabalhar para melhorar o maço de tabaco para o maço padronizado com mensagens sanitárias e tem estado a trabalhar na questão da sensibilização dos malefícios do tabaco. Há, em Cabo Verde, uma perceção social de que o tabaco faz mal. Já conseguimos trabalhar os impostos de 30 para 50% de 2018 para 2019 e conseguimos aumentar 20$00 para cada maço de cigarro, e o nosso objetivo é chegar aos 40$00, e depois aos 70 por cento que é o recomendado”, sublinha Celso Monteiro.