Cabo Verde com défice de 3,5% do PIB nas contas públicas até agosto

De acordo com um documento de apoio à proposta de lei do Orçamento do Estado para 2021, o Governo antecipa que este ano, até agosto, os dados provisórios da execução orçamental apontam para um crescimento do défice em 2,9 pontos percentuais, face ao mesmo período do ano anterior

Em agosto de 2019, o défice das contas públicas de Cabo Verde ascendia a 1.096 milhões de escudos, o que representou então um peso equivalente a 0,6% do PIB desse ano.

“Esta performance resulta da evolução desfavorável das receitas totais, da diminuição do programa de investimento público, conjugado com um ligeiro agravamento das despesas totais”, lê-se no documento, sobre a evolução do défice em 2020.

Devido à pandemia de Covid-19, o Governo prevê para 2020 uma recessão económica que poderá oscilar entre os 6,8% e os 8,5% e um défice das contas públicas de até 11,4% do PIB.

A taxa de desemprego no País deverá duplicar até final do ano, chegando a quase 20%.

O turismo garante cerca de 25% do PIB de Cabo Verde, mas o Arquipélago está encerrado a voos internacionais desde meados de março, para conter a progressão da pandemia, antecedendo dois meses de estado de emergência, que levou ao confinamento da população e à paralisação da economia até ao final de maio.

No mesmo documento orçamental, o Governo acrescenta que o saldo corrente primário apurado até agosto apresenta-se “pela primeira vez” negativo nos últimos cinco anos, no valor de 4.941 milhões de escudos, equivalente a 2,7% do PIB.

“Este resultado vem acentuar o impacto da pandemia sobre a arrecadação das receitas, bem como a necessidade de endividamento para financiar projetos de resposta à covid-19, cujas despesas são essencialmente despesas correntes, quer ao nível de equipamentos/materiais de proteção individual, higienização e desinfeção, e de testes para covid-19, quer relativamente às despesas no âmbito da proteção das famílias”, aponta o documento.