Cabo Verde enviou 229 doentes para tratamento em Portugal, em 2020

0

Trata-se de uma diminuição de cerca de 28% face a 2019, muito devido à pandemia da Covid-19

O número de Cabo-verdianos tratados nos hospitais Portugueses caiu 28% em 2020, face a 2019, que foi de 319, indica o relatório de contas de 2020 do INPS. Os dados apontam que foram enviados para Portugal 229 doentes para tratamento em diversas especialidades, sendo que as mais solicitadas foram oncologia (60) e cardiologia (53). “O número de dias de estadia dos evacuados em Portugal continua a ser elevado, com tendência crescente dos que procuram as valências médicas de oncologia e ortopedia.

É de salientar que relativamente à estadia dos doentes de foro neurológico, a permanência é considerada como residência permanente. Apesar da dinâmica dos evacuados para o exterior, terminou o ano 2020 com um número acumulado de 549 evacuados ativos em Portugal”, lê-se no relatório, citado pela Agência Lusa.

Segundo os dados, durante o ano de 2020, regressaram a Cabo Verde 172 beneficiários com alta hospitalar e faleceram 27. Globalmente, foram realizadas 4.015 evacuações médicas em 2020, incluído acompanhantes, “com impacto direto no custo dos transportes e estadia”, apesar de em termos globais ter sido registado um decréscimo de 27,8%.

“Os acompanhantes são integrados por familiares e técnicos de saúde e representam 28% do total, correspondente a 1.142 beneficiários”, explica o INPS.

Das evacuações médicas realizadas, 3.714 foram deslocações interilhas (65,9%), enquanto 301 (incluindo 72 acompanhantes) foram para o exterior.

Em termos líquidos (excluindo acompanhantes), o número de evacuados interilhas foi de 2.644 e para Portugal 229 (319 em 2019 e 410 em 2018), um decréscimo em relação ao período homólogo de 2019 na ordem de 28%. “A Ilha com maior representatividade de deslocações foi Santo Antão, com 22,1%, seguida de São Nicolau e Sal, com 14,5% e 14,3%, respetivamente”, aponta ainda o INPS.

Durante o ano de 2020 foram ainda efetuadas 279 evacuações médicas de “máxima urgência”, que representam “forte impacto” nos custos com o transporte, por exigirem, na maior parte das vezes, o recurso a afretamentos de aviões.

Oftalmologia (381), cardiologia (195), traumatologia (184), otorrinolaringologia (158), cirurgia (152) e ortopedia (151) foram as especialidades “com maior impacto” nas evacuações internas em 2020.

Segundo dados anteriores do INPS, em todo o ano de 2020, os custos com as evacuações médicas suportadas pela segurança social Cabo-verdiana ascenderam a mais de 776,3 milhões de Escudos um aumento de 5,8% face aos 733,4 milhões de Escudos em 2019. Cerca de 65% do total dessas despesas foram relativas às evacuações médicas para Portugal.