Cabo Verde pede condições à África para atrair investimento privado

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Posição é do vice Primeiro-Ministro, que defendeu a estabilidade institucional, bem como a transparência no Continente e da atuação dos seus líderes. Olavo Correia falava, ontem, durante o seu discurso de encerramento da Conferência Económica Africana

O vice Primeiro-Ministro, Olavo Correia, defendeu, ontem, a necessidade atrair investimento privado para África e assim financiar as necessidades de infraestruturas, face ao endividamento do Continente. “É preciso dar ao Continente uma nova oportunidade”, afirmou Olavo Correia, no discurso de encerramento da Conferência Económica Africana, que decorreu em Santa Maria, Ilha do Sal.

Olavo Correia que defendeu a estabilidade das instituições bem como a transparência no Continente e da atuação dos seus líderes, afirmou que o setor privado “pode fazer a diferença” no processo de desenvolvimento Continente e na “dinamização do crescimento inclusivo”.

Reconheceu que África precisa de instituições “sólidas e comprometidas” com o interesse do Continente, indicando que os Africanos e os seus Governantes têm de fazer o seu trabalho de casa que criar condições para o chamamento do setor privado. “Se não fizermos o nosso trabalho de casa, nada do que estamos aqui a falar será realidade, ou será realidade num contexto muito restritivo que não será condizente com os desafios com os quais o continente está confrontado”, afirmou, em declarações reproduzidas pela Agência Lusa.

O também Ministro das Finanças e do Fomento Empresarial precisou que os “próximos tempos serão críticos” para o Continente, devido os impactos da pandemia, por isso defendeu, “é tempo para tomarmos decisões fortes, corajosas e para mudarmos o rumo”.

África, reconheceu tem “elevados níveis de dívida pública” e as “perspetivas incertas ao nível da ajuda internacional pública, limitam as potencialidades de crescimento económico” e “a capacidade de África realizar investimentos estruturais”. “É por isso que o setor privado terá de cumprir um papel cada vez mais preponderante no desenvolvimento económico do Continente Africano, para que os países Africanos e o Continente Africano possam ter uma recuperação robusta e para que possamos evitar a estagnação económica e o do aumento da pobreza”, justificou.

O financiamento ilícito no Continente também foi mencionado no seu discurso de encerramento. Olavo Correia precisou ser uma “grande contradição” o Continente continuar a “estender a mão” ao financiamento e ajudas internacionais, ao mesmo tempo que permite o “financiamento ilícito”.

“Dez anos de financiamento ilícito em África, no montante que estimamos hoje, dá para financiar toda a dívida pública Africana. É por isso que África é um credor líquido. Então, temos de nos esforçar para em primeiro lugar fazer aquilo que está ao nosso alcance enquanto Africanos, enquanto governantes, enquanto líderes. Vamo-nos esforçar para pôr fim ao financiamento ilícito e criar as condições para que esse financiamento possa servir as pessoas”, apelou, sublinhando que este é o “momento do tudo ou do nada”, porque “ninguém vai fazer por nós o que só a nós compete fazer”.