Cabo Verde vai avançar com agenda de reformas económicas

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Garantia foi dada pelo vice Primeiro-Ministro, num encontro com o Diretor do Departamento Africano do FMI. Olavo Correia aproveitou a oportunidade para partilhar alguns desafios que o País enfrenta

O Vice Primeiro-Ministro Olavo Correia reuniu-se ontem com o Diretor do Departamento Africano do FMI, Abebe Selassie, e garantiu que Cabo Verde pretende avançar com a agenda de reformas económicas, nomeadamente o programa de privatizações e concessões de serviços.

Numa publicação na sua conta oficial do Facebook, Olavo Correia precisou que o encontro serviu igualmente para reforçar o firme engajamento de Cabo Verde para com a agenda de reformas económicas. “Quer aos níveis dos programas de privatizações e concessões, como ao nível do melhoramento do Ambiente de Negócios, como elemento de reforço para a captação do investimento privado, como elo de diversificação da economia – que será vital para o futuro próximo”, sublinhou, enaltecendo a forte aposta do Governo na economia digital, economia azul, economia verde, na transição energética e no aceleramento da industrialização do País – rumo a uma maior resiliência.

“Este cenário impõe e vinca a necessidade de Cabo Verde continuar a aceder a Fundos Concessionais, enquanto Pequeno País Insular, para continuar a financiar o seu desenvolvimento. Uma vez mais, pude vincar a expetativa do País no suporte do FMI, nomeadamente, ao nível da utilização do Índice de Vulnerabilidade Multidimensional – no sentido de se levar em conta as especificidades e fragilidades dos Pequenos Países Insulares, como é o caso de Cabo Verde”, notou.

Olavo Correia partilhou com o FMI ainda o trabalho do Governo de Cabo Verde no tocante à contenção da Despesa Pública, no aumento da Base de Tributação Endógena, no referente à criação das condições para a estabilização da Dívida Pública e retomar a trajetória de decréscimo da Dívida Pública em percentagem do PIB. “Isto, sendo certo que a Dívida Pública representa um travão para o nosso desenvolvimento, pelo que é vital que se encontre soluções para novas modalidades de gestão da Dívida Externa, para que se nos permita a continuação do financiamento da caminhada rumo ao desenvolvimento – uma jornada que o País igualmente conta com o suporte do FMI, como de resto tem contado até esta parte”, precisou.

O encontro serviu também para abordar questões relacionadas com a Covid-19 e a vacinação. Cabo Verde tem, neste momento, graças aos parceiros, vacinada grande parte da sua população elegível e este cenário demonstra que o País está a ser bem-sucedido ao nível do plano de vacinação. Entretanto, esclareceu Olavo Correia, é preciso que se tenha em mente que a pandemia provocou uma recessão económica na ordem dos 15%; a quase duplicação do desemprego; o Défice Orçamental que rondava os 1.4% do PIB passou para 9% do PIB; o Saldo Corrente Primário que era positivo, passou para o campo negativo e a Dívida Pública aumentou de cerca de 130% do PIB para cerca de 155% do PIB – em três anos, a perca de receitas públicas ronda os 60 milhões de contos. Contudo, anotou, o País está felizmente a iniciar um processo de retoma económica. “O crescimento económico para 2022 está balizado entre 4 a 6%; o País está felizmente a retomar a dinâmica do turismo”, referiu.