Cabo-verdiana que abandonou bebé no lixo, em Lisboa, pode apanhar 12 anos de prisão

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MP, que pediu mínimo de 12 anos de prisão para Sara Furtado, disse que a jovem não demostrou qualquer arrependimento. Caso aconteceu em novembro de 2019

O Ministério Público, MP, pediu ontem “uma pena de prisão não inferior a 12 anos” para a Cabo-verdiana que abandonou o filho recém-nascido num caixote do lixo na zona de Santa Apolónia, em Lisboa, em novembro de 2019.

Na terceira sessão do julgamento, no Campus da Justiça, no Parque das Nações, o Ministério Público considerou que a arguida Sara Furtado, acusada de tentativa de homicídio qualificado, atuou de forma premeditada, tendo escondido a gravidez da família, do namorado e de outros sem-abrigo que, como ela, viviam em tendas junto a uma discoteca em Santa Apolónia.

“Depois de ter sido encontrado o bebé, a arguida não quis saber. O que nos dá a entender é que os fatos ocorreram como a acusação e não como disse a arguida”, referiu a procuradora do MP, adiantando que Sara Furtado “não demonstrou qualquer arrependimento”.

Segundo o MP, a arguida tem uma personalidade “desconforme”, não tendo demonstrado pena pela situação, mas a confissão dos fatos e o fator idade, 22 anos, devem ser levados em conta pelo tribunal.

A procuradora acrescentou que a morte de criança só não se verificou por “mera casualidade” e porque houve a intervenção de algumas pessoas, afirmando que “os testemunhos foram esclarecedores”.

Para a defesa da arguida, em causa está um crime de infanticídio, quando a mulher mata o recém-nascido que deu à luz durante ou após o parto, estando ainda sob a sua influência perturbadora.

De acordo com a advogada, Sara Furtado deverá ser sujeita a uma pena de “prisão de mínima”, uma vez que confessou os fatos, teve consultas de psiquiatria e está a aprender uma profissão.

A mulher está em prisão preventiva, indiciada da prática de homicídio qualificado na forma tentada.

A leitura do acórdão foi agendada para o dia 21 de outubro, às 12h00.

Com SIC Notícias