Caiu a máscara do JMN

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Se ainda dúvidas houvessem, o violento comunicado do Presidente da República, senhor líder JMN, dissipou-as completamente.

Eu posso dizer coisas que um Presidente da República não pode dizer e que, portanto, o nosso PR não pode dizer. Chamei a atenção sempre e estou a ficar pasmado com a escalada da agressividade verbal de JMN para com o Governo de UCS. Na posse, perante Chefes de Estado Estrangeiros que repetidamente elogiam Cabo Verde pela sua democracia e liberdade, desautorizou-os, dizendo que estavam redondamente enganados, pois que Cabo Verde era uma terra de perseguição e medo, de amordaça à liberdade.

Já devíamos estar acostumados aos excessos de JMN. É um provocador nato! Quando se emociona, a língua escorrega-lhe e esquece-se da função que exerce e desata a dizer tudo o que lhe vem em catadupa pela cachimónia. Até aos seus camaradas chegou a chamar, de forma indireta, de “ratos” e “assassinos de Cabral”. Quando se emociona é um perigo o nosso Presidente. Assim como os Cônsules tinham assessores que apenas lhes segredavam ao ouvido “o senhor é humano”, obrigando-lhes a fincar os pés na terra e não se fazerem de deuses, seria de todo recomendável um assistente moderado e circunspecto, com fato cinzento de preferência, que lhe soprasse ao ouvido em certos momentos pré-exaltados: “o senhor é Presidente. Comporte-se!”

Um Presidente deve deixar passar a raiva antes de falar, para não correr o risco de dizer o que não lhe é permitido dizer. Fizesse isso, ter-nos-ia poupado à salgalhada que é o seu comunicado ao país, no qual parece que está preocupado com o grau de democracia (num país a que falta pouco mais de 3 décimas para ser considerado uma democracia perfeita), para depois concluirmos que afinal o que lhe inquieta é a fragilidade do processo decisório e para finalissimamente verificarmos que está é agoniado com a privatização.

Sou um apoiante confesso do governo, mas discordo de várias medidas que tem tomado, no uso da minha liberdade. Em várias coisas o Governo tinha e tem a obrigação de fazer melhor. Claro que sim! JMN, que navega em outras áreas ideológicas, tem que discordar de muito mais coisas, percebo perfeitamente, mas não pode esquecer nunca que o governo foi investido no poder para executar o programa eleitoral do MpD e não qualquer outro, por mais apelativo que seja. Também aqui faz falta um assistente que lhe sopre ao ouvido isso, que lhe recorde constantemente que já não é PM, que é ator de um outro filme presente, pelo que muitas vezes ver-se-á obrigado a assistir o governo a fazer coisas de que não gosta, como fazia Jorge Carlos Fonseca.

Deve custar muito sentir essa impotência de não poder intervir, de discordar e ter que ficar calado, desde que o acto se inscreva na esfera do governo e não afete valor constitucionalmente protegido!

JMN precisa aprender a ser Presidente da República. Ser PR significa ser um guardião de um lote de valores essenciais, plasmados na Constituição da República, de aferição da qualidade da ação governativa e não propriamente defender um programa de governação. O PR tem sido um fator de permanente instabilidade. Chefe da crispação política. Parece que se inquieta com a normalidade e por isso inventa um rebuliço qualquer para lhe dar conforto até à próxima calmaria. Dois anos de mandato ainda pensa e age como primeiro-ministro e líder partidário. Não gosta do MpD, considera este partido como coisa ruim, um mal a ser extirpado na altura certa, e por isso perturba o ambiente político com incursões permanentes em questões de natureza partidária e depois transfere para os outros essa infração. Ergue-se como arauto da liberdade de imprensa e insurge-se contra os jornalistas quando estes lhe desagradam! Pede serenidade quando perde as estribeiras! Ofende quando se queixa das ofensas. Os seus discursos revelam traços inequívocos de bipolaridade política, de uma enorme incoerência e sobretudo de uma grande imprevisibilidade.

Quando se ouve ou se lê JMN, fica-se com a imagem de um país em caos, assolado pelo medo, afundado em corrupção e entregue à bicharada. Uma espécie de Haiti na costa ocidental africana. Fala mal do país vezes demais, como se quisesse dizer a toda hora que o país se perdeu quando o perdeu. O país tem vários problemas e estou certo que nem todos estão a ser resolvidos com sabedoria e sensatez. E o governo tem de dar atenção a esses aspetos e aumentar consideravelmente o grau de exigência técnica e de responsabilização, bem como de coordenação política. As deficiências em certos setores importantes (e que devem ser corrigidas com assertividade) não põem em causa o facto de o país estar em bom momento de forma que augura a médio prazo grandes ganhos.

Na verdade, as instituições estão a funcionar normalmente e, apesar de todas as crises, o país está a crescer com taxas muito superiores às anteriores a 2016 (e que podem ser consideradas robustas), o desemprego está a cair significativamente, as finanças públicas têm-se aguentado muito bem, a confiança na economia está a aumentar, a credibilidade externa tem vindo afirmar-se cada vez mais e os setores sociais como a saúde e a educação têm conhecido reconhecidas melhorias. Não há qualquer outra alternativa minimamente credível. Por mais que custe a JMN.



11 COMENTÁRIOS

  1. Que me seja permitido dizer uma verdade: até agora só três pessoas conseguiram fazer o melhor retrato falado de JMN: Casimiro de Pina, Maika Lobo e o Apolinário das Neves. Commpreenderam como ninguém o síndrome de bipolaridade que atrapalha ego do JMN. Maika com um olhar de águia tem vindo a mostrar à sociedade um JMN escondido atrás da figura e do cargo de presidente da república. Apolinário das Neves, sozinho, no extinto “Liberal”, chamou a atenção, para quem quisesse escutar, bastas vezes para um perigo de nome JMN na cena política de Cabo Verde. JMN é um demente temporário e Casimiro de Pina demonstra-o com perfeição inegualavel. Contrariado com a taxa de crescimento econômico de 17,7% em 2022, com a redução da pobreza extrema, com a TACV a ensaiar novamente os seus voos, com os elogios de vários parceiros e países a Cabo Verde, eis que JMN decide jogar a lama no melhor pano. Já diziam os antigos: o mentiroso ou mete a lama à entrada, ou joga a “caca” à saída. Como medo e sua indesfarsavel complexo de inferioridade de ter de escutar os elogios a Cabo Verde pelas autoridades do Grão Ducado do Luxemburgo, JMN trata ele mesmo de jogar “caca” na imagem de Cabo Verde. E é nisto que reside o perigo. Cria as suas próprias crises imaginárias, combina com os editores do Tempo de Antena do Paicv os tópicos comuns e, prontos: planta-se uma crise. JMN não compreendeu que o governo é responsabilizado perante o parlamento. E, como disse o deputado Celso Ribeiro, JMN quer ser o chefe o do governo e líder da oposição ao mesmo tempo.

  2. Estamos numa democracia mais que perfeita, onde o PR é o lider assumido da oposição.
    Viva a democracia orientada.

  3. A parte mais nogenta nisso tudo, é que, a pretexto de constranger o Governo, JMN faz um violento ataque contra a democracia, que ele, falsamente diz “representar” e defender dos inimigos no MpD. Igualzinho aos seus amigos do pt no Brasil. A pretexto de proteger a democracia, pt e seus STJ combatem as próprias liberdades fundamentais dos cidadãos.

  4. Muito bem, Maika, mas tu tambem deves lembrar-te que, na condiçáo de militante, deves reservar as tuas mágoas para a esfera interna do teu partido. Ou entao, nao falar de forma genérica. Dar o nome às coisas. Eu pessoalmente vejo que o problema gritante a ser encarado e resolvido é o dos transportes maritimos e aeeros. Felizmente, vejo passos a ser dados e estou comvencido de que o Governo conseguirá dar uma resposta cabal aos mesmos.

  5. Muito bem, Maika, mas tu tambem deves lembrar-te que, na condiçáo de militante, deves reservar as tuas mágoas para a esfera interna do teu partido. Ou entao, nao falar de forma genérica. Dar o nome às coisas. Eu pessoalmente vejo que o problema gritante a ser encarado e resolvido é o dos transportes maritimos e aeeros. Felizmente, vejo passos a ser dados e estou comvencido de que o Governo conseguirá dar uma resposta cabal aos mesmos.
    PS. Vejo agora o sistema a devolver o meu comentário, dizendo que há um duplicado Não, não há dublicado Sr. Sistema. Só enviei isto uma vez.

  6. Embora tenha votado no JMN estou forçado a concordar com o Maica Lobo pois, não é de hoje que JMN apresenta a síndrome de bipolaridade e incoerências . Foi dessa forma que geriu o Governo e o PAICV durante o consulado dos 15 anos. Insultou e chantageou Camaradas, enquanto se amantizava com varias das mulheres que punha em cargos públicos e políticos e as usava para a manipulação política dentro do Partido; promoveu varias situações de nepotismo e corrupção, colocando sua rede em lugares de cobiçados salários, sem nunca dar cavaco aos órgãos do Partido; o grupo que montou a máfia do Fundo do Ambiente para benefícios pessoais e da candidatura da Janira e’ quase todo ele saído do seu próprio gabinete.
    JMN não e’ flor que cheira. Perante o escândalo em delapidação de recursos públicos que se tornaram as suas viagens, arranjou um álibi para fazer a Nação mudar de foco.
    O povo quer poupança de recursos públicos ; o povo quer menos passeios do PR e dos governantes; o povo quer julgamento e conclusão do processo da máfia dos terrenos; o povo que melhor transportes públicos, etc, etc. Crispação política, cooperação partidária, solidariedade institucional são falácias para entreter os políticos .
    Era bom que no final do seu comunicado o JMN anunciasse que por respeito aos pobres cabo-verdianos anulou a sua viagem de passeio para Luxemburgo e que esse dinheiro todo reverterá para os sem teto.

  7. Nem me admira e nem me espanta, porquanto e sabido que JMN delira. Toma um grogue e inicia a mente do delirium. Seu eu fosse Primeiro Ministro? como se distraidamente nao o foi durante 15 anos. Ave Maria!!!
    Ele foi eleito Presidente da Republica e ele e Chefe do Paicv e, com o seu delirio “reformista” de politico-administrativo colocou um agente administrativo a frente do Paicv para, a partir da Presidencia e no timing certo transferir o seu delfim ora, Chefe da Casa Civil, para candidato a Primeiro Ministro substituindo o interino administrativo.
    JMN sabe muito bem os limites e o dever de probidade de um PR. So que e um Chefe de Estado mediocre e a genesis da sua formacao ideologica/politica o atraicoa nesse distinto cargo e sua demencia vem ao de cima.
    Decisivamente JMN esta no lugar errado e ha que respeita-lo erradamente, em nome da REPUBLICA e a bem da democracia

  8. José Maria Neves nos trata a todos de otarios. Em 2011 montou com Cristina Fontes e Rui Semedo um golpe interno no PAICV para eliminar Aristides Lima da presidência da república . Descaradamente deu varias entrevistas dizendo que ele JMN não tinha apetências para o cargo de PR. Aproveitou o imbróglio para também distruir a imagem política de vários militantes do PAICV como Aristides Lima, Felisberto Vieira, Julio Correia e tantos outros, através de uma cinica campanha no interior do Partido, estribado numa rede de amantes e protegidos seus, a quem também facilitou o acesso desmedido e escandaloso de avultados recursos públicos, de que e’ exemplo o Fundo do Ambiente, culminando com a entrega a estes, do comando do Partido . Corrupção e fraude foi a tônica dominante daquele marcante processo que nunca se permitiu a sua discussão nos órgãos do Partido.
    Hoje, esse bipolar e cinico, julgando – se intocável, continua aprontando a seu belo prazer, seja atacando a imprensa e os jornalistas, seja conspurcando contra o governo e seus agentes, seja inventando viagens de passeios para si e sua nova companheira, às custas deste pobre povo que desavergonhadamente diz defender, ou até fabricando crises para depois aparecer como bombeiro.
    Até quando teremos de aturar as diatribes deste pedaço de homem !?!

  9. Durante a última campanha para as Presidenciais escrevi um artigo, não sei se foi publicado, mas que chamava a atenção para a necessidade de termos um Presidente da República com pensamento, ação e ideologia completamente contrária á do José Maria Neves.
    Vamos citar alguns elementos da análise feita então e que hoje a cada dia que passa dá-nos completamente a razão. Não é que foi difícil ” adivinhar” pois, todos os que vivemos o período do partido único e para sermos mais claro, período da ditadura, conhecemos o Zema. Mas infelizmente, nos partidos que apoiaram a candidatura da democracia da liberdade e do consenso, muitos não compreenderam essa urgência aliado á força do que tínhamos pensado já não existir, faz-me lembrar a música “Oh Teresinha dinheru d’Angola dja Caba” não fizemos o suficiente para evitar essa tragédia que estamos a viver hoje.
    Por causa disso temos o Presidente da República que Cabo Verde não merece. Eis alguns pontos desse artigo que acho hoje atual:

    7- Hoje mais que nunca, precisamos de um Presidente da República completamente oposto a esse candidato. Queremos um Presidente que como cidadão participou na feitura da atual Constituição da República, um jurista de excelência em qualquer parte do mundo e o nosso setor de justiça bem necessita dessa experiência acumulada, primeiro ministro que deixou saudades e obras por todo Cabo Verde, dialogante, sério e convicto, mas não Casmurro, que erra como qualquer humano, mas que reconhece o erro e tenta repará-lo, que aceita e assume ideias de outros quando convencido, que é para o bem de todos, que é para o bem da sociedade em geral.

    8 – Num momento de profunda crise mundial, e que países como o nosso fazem parte dos que mais sofrem com essa crise e falando de sofrer temos consciência clara de quem sofre mais do que muitos de nós, pois estão desempregados, são velhos sem proteção social, crianças abandonadas, desculpem, só um Presidente de coração e sentido de equilíbrio como Carlos Veiga, será capaz de estabelecer ligações de colaboração com o atual governo, com os partidos políticos, com as associações da sociedade civil e com a comunidade internacional, para ajudar a se ultrapassar essa crise, pois a sua experiência, espírito aberto e de diálogo, mas exigente, é a garantia única que hoje o nosso país tem para Presidência da República de 2021-2026.

    9 – Num momento em que a Praia está a atravessar talvez a pior crise dos últimos tempos, no saneamento, dezenas de obras paralisadas, perseguição a trabalhadores e técnicos, uma Câmara Municipal completamente paralisada com um presidente ditador que neste momento governa com 2 vereadores e tem 6, sendo 2 do paicv e 4 do MPD na oposição, um presidente que em vez de trabalhar, passa todo o seu tempo, na campanha para o seu candidato presidencial apoiado pelo seu partido, não podemos, digo, todos os amantes da paz, deixar de votar no candidato verdadeiramente democrata, no candidato que não olha para cores partidárias, num candidato de todas as cabo-verdianas e de todos os cabo-verdianos, o cidadão Carlos Veiga.

    10 – Ter um candidato a Presidente da República que apoia quem está a provocar um desastre enorme na capital do país, em todas as áreas, cultura, desporto, infraestruturaçao, urbanismo, Seguranca Urbana, direito dos trabalhadores etc etc seria recuar anos no desenvolvimento da capital e mesmo de Cabo Verde e isso, nós não vamos admitir. Por isso e por tudo o que já foi dito, a solução está a vista de todas e de todos.
    Silva

  10. Nada de novo no reino. Todos caboverdeanos conhecem este traste e continuam a votar nele. Quando compramos algo, ainda que nao valha nada, temos de pagar a conta. O povo nao aprende com os erros por mais evidentes que sejam.

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