Cale-se senhor Presidente!

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José Maria Neves em vez de pedir desculpas ao país pelo claro e gritante acto de nepotismo e de favorecimento pessoal à sua companheira, insiste em afundar-se em explicações ilusionistas e até contraditórias e com muitas inverdades. É absolutamente falso que o Parlamento tenha aprovado o salário da Primeira Dama, até porque não pode haver salário sem que antes tenha sido criado o cargo público por lei. O PR diz no primeiro comunicado e insiste no segundo comunicado “… que tudo está ser feito de acordo com os circuitos regulares do Tesouro Público”. Isso é absolutamente falso porque por lei é sabido que o Ministério das Finanças não pode interferir na gestão e execução do Orçamento da Presidência da República da Assembleia Nacional. Eu penso que o Ministro das Finanças, querendo, deve esclarecer esta questão, para que não haja dúvidas. Vê-Se claramente que o segundo comunicado da Presidência piorou ainda mais a situação do Presidente da República! Se desde 2007 existia o tal quadro legal, então na se percebe por que razão se insurgiu contra a Lígia Fonseca.

Obviamente que se admite a existência de um serviço de apoio à esposa do PR, pois por vezes é chamada para certos eventos sociais e culturais ou para acompanhar o marido. Todas as esposas dos ex-Presidentes desempenharam esse papel. Nesse quadro a Dra. Débora, como as outras, merece todo o apoio dos serviços da Presidência. Não foi isso que fez JMN: ele foi muito mais longe e autoproclamou-se legislador e Rei absoluto da República: criou sem qualquer base legal um cargo público, nele colocou a sua esposa e ainda por cima lhe atribuiu um salário de princesa – 310 contos por mês, para além de outras alcavalas, salário acima de tudo e de todos. Como o homem pôde atrever-se a tanto? Julgou que isto tudo é seu quintal? Que por mais desmando que faça será sempre o moranguinho de Nordeste? A sua companheira era um bom quadro da CV Telecom e ali recebia pouco mais de 200 contos por mês (e não muito mais de 300 contos como falsamente diz no comunicado)? Que ali ficasse a trabalhar como todas as outras companheiras dos ex-Presidentes da República. A Dra. Débora não é mais e nem menos do que todas as outras. Não tem privilégios especiais por mais eventos de solidariedade que nos queira mostrar que está a promover. E para esse trabalho para os pobres quer receber um salário milionário.

E, de resto, agora que veio a público os enormes gastos que a Primeira Dama faz com as viagens e ajudas de custo, a situação do Presidente José Maria Neves tornou-se insustentável e politicamente incurável! Por muito menos, certos Presidentes perderam o cargo e se demitiram.

JMN atingiu um nível de degradação moral que lhe retira qualquer autoridade. O ídolo de Pedra Barro afinal não só apenas tem pés de barro como se vem afundando na lama com explicações cada vez mais trapalhonas. Cada explicação nova é pior que a explicação anterior! O senhor José Maria Neves tem de perceber, definitivamente, e aceitar que agiu muitíssimo mal, criando de forma ilegal um cargo público e fixando a seu belo prazer o seu salário de princesa mimada, 310 mil escudos, o que demonstra a sua impreparação para estar e lidar com o Estado de Direito. Onde haja o império da lei. Só que nesse cargo ilegal ele colocou nem mais nem menos a sua mulher. Isto tem um nome em Direito e chama-se CRIME DE FAVORECIMENTO. E por esse crime ele terá de responder nas instâncias próprias.

CALE-SE senhor Presidente! Cale-se em explicações, analise estas trafulhices feitas no serviço que dirige e  tenha coragem de fazer meia culpa, pedindo desculpas públicas, e poupe o país a esta vergonha.



1 COMENTÁRIO

  1. Por muito menos, só por ter procurado saber, através dos serviços da Presidência, o que se passava com as crianças gêmeas brasileiras cuja mae pediu para elas tratamenti milionário a um Hospital português, houve um pandemónio em Portugal e os jornalistas perguntaram a Marcelo Rebelo de Sousa se achava que ainda tinha coindicões de estar lugar,

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