Carlos Veiga defende ensino do 13 de Janeiro nas escolas

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Líder histórico que coordenou o movimento de transição de partido único para democracia, admite que não ensinar o significado do Dia da Liberdade e Democracia, hoje assinalado, tem sido um “ponto mais fraco”

Carlos Veiga admite mesmo que os programas “estão errados” em relação ao que aconteceu no período de transição para o regime multipartidário em Cabo Verde. Segundo observou em entrevista ao Jornal Expresso das Ilhas, de hoje, naquela altura, 1990/1991 “fazem uma revisão da história recente de Cabo Verde, nomeadamente daqueles 12 meses de 1990. Penso que fazem uma história que não é verdadeira. Elevam uns, diminuem outros”, por isso, diz Carlos Veiga, seria preciso “aprofundar mais a questão: por que é que aconteceu o 13 de Janeiro?”, indaga.

“Qual era a situação que se tinha, por que é que aconteceu e qual foi a resposta. E isso não está a ser ensinado aos nossos meninos nas escolas. É um erro grave que se está a cometer, porque o ensino nas escolas não tem em conta a realidade histórica que ocorreu durante todo o ano de 1990 e princípios de 1991, depois durante todo o ano de 1991 até se chegar à Constituição de 1992”, observou em tom crítico.

Carlos Veiga lembra que a realidade “é dinâmica”, e adverte que há um passado, há um presente e haverá um futuro. “A história deve servir-nos para encararmos o presente e o futuro. Deve servir-nos com o que de bom e com o que de mau teve; devemos valorizar aquilo que de bom a nossa história teve, mas não devemos nos esquecer daquilo que de mau teve e a partir daí tirar lições das lições negativas que a história nos possa ter dado. E tirar lições positivas das lições positivas que a história nos dá”.