Carlos Veiga perspetiva melhoria nas relações entre os EUA e a Europa

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E com Cabo Verde, antigo Primeiro-Ministro não perspetiva grandes mudanças, devendo as relações continuarem a ser “boas”

O antigo Embaixador de Cabo Verde nos Estados Unidos da América, Carlos Veiga, perspetiva uma melhoria nas relações entre os EUA e a Europa, agora com a nova Administração liderada por Joe Biden.

Lembrando que Donald Trump “não era adepto” de uma União Europeia “forte”, Carlos Veiga recorda que em campanha Joe Biden assegurou que ia voltar aos antigos aliados, o que evidencia uma nova relação entre os dois blocos.

Carlos Veiga diz mesmo acreditar que as relações entre os EUA e a Europa “vão melhorar substancialmente”, ao passo que ao nível do multilateralismo admite uma “mudança de perspetiva” agora com os Democratas ao leme da Nação. “Os EUA vão voltar ao seu normal da sua posição no mundo” e acredita que temas como clima, saúde/OMS, de entre outros, terão, doravante, uma “importância maior”.

“Ao menos uma perspetiva mais multilateral vai resultar”, disse.

Quanto ao Arquipélago, o também antigo Primeiro-Ministro não perspetiva grandes mudanças, devendo as relações continuarem a ser “boas”. Politicamente e resultado do trabalho diplomático dos últimos anos, Cabo Verde e EUA têm uma excelente relação, enfatiza Carlos Veiga, que observa que em áreas como Defesa e Segurança, o nosso País é um “parceiro credível” para os EUA.

Carlos Veiga analisava, na última noite, para a TV pública a eleição do Democrata Joe Biden como o 46.º Presidente dos EUA e de Kamala Harris, como vice Presidente, sendo a primeira mulher a chegar ao cargo. Uma eleição, adianta, que monstra a “força da diversidade” da Sociedade Norte-americana.

Razões da derrota

Na opinião de Veiga, a gestão da Covid-19 não terá sido a melhor por parte do Presidente Donald Trump, acabando por ter efeitos nas eleições do dia 3. A pandemia provocou “muitas mortes, diferenças de opinião” e acabou por comprometer os sucessos económicos, houve divisão a Sociedade Norte-americana, reconheceu o antigo Embaixador.

A própria postura de Trump não favorecia muito a unidade dos EUA, tendo o Republicano apostado muito na “agressividade” e nos “ataques pessoais”.

Essa votação visou sobretudo o Presidente Trump, reconhece Carlos Veiga que observa haver um empate técnico no Senado, mas onde a vice Presidente pode ser decisiva, ao passo que na Câmara dos Representantes, os Democratas, apesar de redução de mandatos, mantêm a maioria.

Nota-se que Donald Trump ainda não aceitou a derrota mas vozes que lhe são próximas, como a esposa e um seu genro, têm-no aconselhado a aceitar os resultados.