CASO DA JOVEM INCENDIADA: Mónica deixou filha de 3 anos

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A pequena devia seguir esta quinta-feira, 5, para o Senegal para tratamento médico mas a viagem está, para já, adiada devido à morte da progenitora

OPAÍS apurou que a jovem falecida na sequência do incêndio com o camião autotanque, ocorrido no passado sábado, 30 de junho, deixou uma filha de apenas 3 anos, e que sofre de alguns problemas de saúde.

Hilma Meirele Fernandes Garcia Cabral, nascida a 27 de maio de 2015, no Hospital Agostinho Neto, na Praia, é muda e surda, e por razão destas duas patologias, a mãe tinha programado uma deslocação ao Senegal para tratamento médico da menina.

Entretanto, a morte adiou a viagem que deveria acontecer nesta quinta-feira, 5 de Julho, pelas 10 horas.

O que mais se sabe

Informações apuradas não apontam para nenhuma relação amorosa, pelo menos oficial, entre as duas vítimas mortais, mas familiares de ambas as famílias pedem investigação séria, profunda e célere do caso, sustentando que deve existir uma explicação para o sucedido.

OPAÍS sabe que o falecido condutor foi visto “uma única vez” em Veneza, e segundo consta terá sido num dia em que ele, a falecida Mónica e outras pessoas teriam ido a uma visita e com o anoitecer, ele foi acompanhar a menina a casa.

Ninguém soube precisar se Mónica tinha namorado ou não, nem mesmo os familiares mais próximos. “Nunca nos apresentou ninguém” conta um familiar.

Identidade

Mónica Fernandes Gonçalves, de seu nome completo, tinha 25 anos de idade, e segundo se sabe, viveu alguns anos na Boa Vista onde trabalhava numa unidade hoteleira.

Com a gravidez da sua única filha, agora com 3 anos, regressa à Cidade da Praia, vivendo em comunhão de cama e mesa com o pai da filha mas viriam a separar, alegadamente, por maus tratos do companheiro.

Regressa à casa dos pais, na pequena localidade de Veneza, e mais tarde consegue um emprego na Firma Irmãos Correia, ali perto da comunidade onde se deu a tragédia, trabalhando na limpeza das hortas, fornalha, entre outros.

Menina alegre

Quem conheceu a Mónica, define-a como uma jovem “simples, extrovertida e simpática” mas ao mesmo tempo uma menina “acanhada” que não gostava de falar dos seus problemas.

“Ela evitava complicações e não gostava de preocupar as pessoas com seus problemas”, conta uma conhecida que garante que dificilmente se via a Mónica sem um sorriso. “Era uma menina alegre”.

Funeral

O corpo da jovem falecida no leito do HAN, um dia depois do incêndio, foi entregue à família para realização do funeral, ocorrido mesmo no domingo.

Entretanto, familiares não sabem se o corpo foi ou não objeto de autópsia. “Ninguém nos disse nada, não sabemos de nada”.

Esta morte – trágica na sua natureza – enlutou Veneza onde todos se conhecem e são praticamente familiares.