Os dados foram avançados esta segunda-feira, pelo ICIEG, num relatório sobre o Feminicídio
Segundo os dados da Polícia Nacional, houve uma diminuição de 34% dos casos de Violência Baseada no Género, VBG, diminuição de processos entrados no Ministério Público, embora com um ligeiro aumento de acusados. O mesmo relatório confirma que os Tribunais passaram a dar resposta a esses casos com mais rapidez.
Rosana Almeida, Presidente do ICIEG, Instituto Cabo-verdiano para Igualdade e Equidade do Género, diz que houve ganhos notáveis na luta contra a VBG e ao feminicídio em 2019. “Nós contrariamos o cenário mundial que diz que cada vez mais mulheres estão a ser mortas e cada vez a mais casos de VBG”.
De acordo com a Presidente do ICIEG, a “ONU considera que para conseguir resolver o problema, é preciso envolver os homens nesta causa, e sair da estatística que diz que uma em cada cinco mulher é vítima de violência”.
A próxima meta, será ter um Cabo Verde sem feminicídio, afirma Rosana Almeida, mas para conseguir isso, é “urgente continuar a trabalhar com os homens para mudar mentalidades”, continuar a trabalhar a violência no namoro e formar magistrados da Polícia Nacional. E essas ações, conforme observa, já mostraram resultados com a diminuição de casos de feminicídio e VBG.
No ato de abertura foi feito um minuto de silêncio para todas as mulheres que perderam a vida, vítimas do feminicídio.
Neste ano, o Continente Africano lidera a lista dos países onde o feminicídio é “mais berrante”.
É de referir que o feminicídio chegou a ser patenteada como uma “epidemia mundial” pelas Nações Unidas. Em Cabo Verde foi registado apenas um caso de feminicídio em 2019, face aos 8 casos registados em 2018, resultando em 12 crianças órfãos.