A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental, CEDEAO, defende o regresso ao Mali do ex-presidente Ibrahim Boubacar Keita caso a justiça e segurança do País venha a precisar dele, indicaram fontes ligadas à junta no poder
Os 15 estados da CEDEAO “assumiram compromissos por escrito para que IBK, designação do ex-presidente, apareça se a justiça precisar dele”, disse hoje à agência AFP fonte próxima da CEDEAO e da junta. IBK foi afastado da presidência em 18 de agosto.
“A Missão da ONU no Mali, Minusma, também participou das negociações para a sua saída”, referiu a fonte, um dia após a partida de Ibrahim Keita, de 75 anos, para os Emirados, para tratamento médico.
“De fato, assumimos compromissos. O Presidente IBK não fugiu do Mali. Ele está a ser tratado. Ele próprio disse que estará à disposição de seu País caso seja necessário”, confirmou à AFP a fonte próxima à CEDEAO.
A sua partida para tratamento no exterior estava prevista logo após sua queda, em 18 de agosto.
Segundo os seus médicos, IBK sofreu um pequeno derrame cerebral devido ao qual foi hospitalizado na terça-feira numa clínica de Bamako, de onde saiu na quinta-feira. “Respeitamos os nossos compromissos com a saída do IBK. É para fins humanitários”, acrescentou a mesma fonte.
“A junta no poder fez o seu jogo. Facilitou a saída do IBK ao mesmo tempo em que foi firme nos princípios”, disse à AFP um diplomata colocado em Bamako.
Além disso, um dos filhos de IBK “não foi autorizado a segui-lo” para os Emirados Árabes Unidos, soube a AFP junto da sua família.
O ex-Presidente do Mali deixou Bamako na noite de sábado a bordo de um voo especial com duas pessoas cujas identidades não foram reveladas.