Esta é uma conclusão saída de um estudo realizado pelo INE, que afirma ainda que 26,3% tem menos de 15 anos. A população idosa – 65 anos ou mais – representa 6,1% da população total
A população de Cabo Verde continua jovem, de acordo com um estudo realizado pelo Instituto Nacional da Estatística, intitulado “Estatística das famílias e condições de vida – inquérito multi-objetivo contínuo, 2019”.
De acordo com o referido estudo, cerca de 43,6% da população Cabo-verdiana tem menos de 25 anos, sendo que 26,3% tem menos de 15 anos.
A população idosa, com 65 anos ou mais, representa 6,1% da população total e tem maior peso no meio rural com 8,2%, contra 5,1% no meio urbano, e nos Concelhos da Ribeira Brava, 11,7%, da Ribeira Grande de Santo Antão, 11,3%, e do Paúl, 9,8%.
De acordo com os resultados do IMC 2019, a população residente em Cabo Verde é estimada em 549.699, distribuída por 158.431 agregados familiares, cuja dimensão média é de 3,5 pessoa.
Apesar do crescimento da população a nível nacional, constata-se que, com exceção dos Concelhos de São Vicente, Sal, Boa Vista, Praia, Santa Catarina de Santiago e São Domingos, os outros Concelhos tendem a perder população.
Santiago continua sendo a Ilha a albergar mais de metade da população, com cerca de 56,3%, em particular o Concelho da Praia que vê o seu peso relativo a aumentar de 2010 para 2019, de 27% para 30,3% enquanto os outros Concelhos de Santiago vêm perdendo o peso relativo.
Quanto à Educação, o estudo refere que a taxa de alfabetização, ou seja, a percentagem de pessoas de 15 anos ou mais que sabem ler e escrever, passou de 87,7% em 2018 para 88,5% em 2019.
A taxa de alfabetização no País tem sido maior no meio urbano do que no meio rural, sendo que, em 2019, a taxa de alfabetização no meio urbano é de 91,1% e no meio rural de 83,0%. “Nota-se diferenças entre os sexos, com os homens a apresentarem uma taxa de alfabetização superior à das mulheres, 93,1% contra 83,9%, respetivamente. A taxa de alfabetização juvenil, 15-24 anos, em 2019, a nível nacional é de 98,8% e nesta faixa etária já se verifica uma equidade de género, rondando os 99% para ambos os sexos”, lê-se no referido estudo.
No que diz respeito à frequência escolar, os resultados apontam que 7,9% da população de 4 anos ou mais, nunca frequentou um estabelecimento de ensino. Pese embora as mulheres apresentam uma maior percentagem de não frequência escolar, estas tendem a estudar mais anos que os homens.
Os resultados apontam para 8 anos de estudo entre as mulheres e de 7,7 entre os homens. Vale ressaltar que entre a população de 15-24 anos, o número médio de anos de estudo é de 9,9 anos.
Entre 2018 e 2019 houve um aumento de 1.849 agregados familiares, passando de 156.582 agregados familiares em 2018 para 158.431 em 2019.
O número médio de pessoas por agregado familiar manteve-se em 3,5 pessoas. As famílias no meio rural continuam a ser mais numerosas com uma média de 3,8 pessoas contra 3,3 no meio urbano.
A nível nacional, 50,7% agregados familiares são representados por homens. Tem-se verificado ao longo dos anos que as mulheres cada dia mais assumem como representantes dos agregados familiares.
Cerca de 31,4% dos agregados familiares são agregados monoparentais, ou seja, são agregados cujo representante não vive em união, sendo 16,7% do tipo monoparental nuclear – mãe ou pai com os filhos – e 14,7% agregados monoparentais compósitos, ou seja, para além do pai ou mãe com os filhos fazem parte outras pessoas com outro tipo de relação de parentesco, como netos, sobrinhos, etc.
Apesar de tudo o nosso país tem feito um esforço gigantesco e tem conseguido colocar todos os seus filhos na escola. Está aí a diferença que faz do cabo-verdiano um povo sabedor e fazedor da democracia social. Felizmente somos bazofos mas neste domínio até que somos contidos. Aos críticos de que não há paridade do gênero tanto quanto era desejado, os dados aqui são reveladores de que isso não corresponde verdade; pelo contrário se os homens não se puserem a pau estão quilhados.
Há dez anos, em 2010, cerca de 54% da população tinha idades inferiores a 25 anos. Se a porcentagem da população na faixa etária abaixo de 25 anos for agora 46% da população, isso significa que a taxa de birtn diminuiu 10%! Isso é verdade? Isso foi confirmado? Se for verdade, essas mudanças demográficas refletem menos nascimentos e um envelhecimento da população, que juntos têm implicações massivas nos programas sociais.
Isso está sendo levado em consideração pelo Ministério da Educação, Ministério da Saúde e Planejamento Familiar? Isso está sendo levado em consideração pelo Ministério das Finanças? Isso também deve ter implicações positivas para o Ministério da Segurança Interna, pois haverá menos delinqüentes cometendo crimes. Isso está sendo levado em consideração pelo INPS e pelo Ministério das Finanças, já que agora há menos trabalhadores apoiando os benefícios do programa à medida que a população envelhece? Deveria haver programas para aumentar o número de imigrantes trabalhadores para reforçar a força de trabalho? Como criaremos mais empregos necessários para aumentar a base salarial? Deveríamos reduzir ainda mais as cadeias burocráticas que dificultam os investidores estrangeiros e da diáspora? Quais são as implicações da crescente urbanização observada nos estudos?
É bom que o INE esteja fazendo estudos, mas a divulgação dos resultados é um pouco amadora e superficial. Algo tão importante quanto o envelhecimento da sociedade nem sequer foi mencionado. Essas mudanças demográficas levantam enormes questões sociais e econômicas para o futuro. Mas, em vez de apenas relatar números, deve haver uma discussão profunda sobre como isso pode mudar os programas e custos sociais e econômicos. Estes resultados não confirmam as projeções demográficas que foram realizadas pelo INE em 2012? Onde estão os demógrafos do governo e cientistas sociais? O que eles têm a dizer sobre tudo isso? Essas são questões muito importantes e importantes para o planejamento e a gestão eficazes do país daqui para frente. Mas parece que o INE deixou muitas questões críticas pendentes.
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