CMSF poderá ter encobrido eventual crime de maltrato a animais

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A Câmara de São Filipe poderá ter encobrido (inconscientemente e sem intenção, esperamos nós) um eventual crime de maltrato à animais verificada durante as celebrações de Nhô São Filipe 2022

É do conhecimento público a morte trágica de 3 cavalos durante a prova de hipismo este ano por ocasião das festividades de Nhô São Filipe.

Entre várias versões, entre ais quais de sabotagem também está em aberto a hipótese de OVERDOSE/DOPING!

Portanto, estando ainda tudo em aberto a CMSF nunca deveria tomar a iniciativa de homenagear o proprietário/clube dos referidos cavalos! Pois a mesma deveria ficar neutra no mínimo, ou se quisesse manifestar o seu sentimento para com a perda desses animais, deveria então apenas homenagear os cavalos-atletas que perderam a vida.

Pois, imaginemos se porventura vier a ser comprovada a hipótese DOPING/OVERDOSE, e claro então estará o clube directamente envolvido, e isso preencherá todos os requisitos legais para consubstanciar o crime de abusos de animais, previsto e punido no nosso Código Penal.

E com essa atitude precipitada e apressada por parte da Câmara de São Filipe, é de se concluir que embora inconscientemente e sem intenção (pelo menos o que esperamos), a Câmara de forma momentânea encobriu eventualmente o (s) responsável (eis) desse crime de danos aos animais!

Ademais, a mesma Câmara também já se comprometeu em entregar o dinheiro arrecado com a venda de todos os bilhetes derivado dos 2 dias de corrida ao proprietário/clube dos animais que perderam as suas vidas!

Com todas essas decisões desta edilidade eventualmente a mesma poderá ser vista que se posicionou e defendeu a versão (sabotagem) apresentada e alegada até ao referido momento pelo proprietário/clube! Em que isto poderá trazer várias outras consequências, pois poderá servir como factor de instigação à actos de retaliação/vingança de alguns adeptos/simpatizantes do referido clube contra os demais animais de proprietários/clubes, aliás como já aconteceu no passado!

Aliás, após o término das provas as redes sociais já se encontravam bastantes ativas com várias pessoas a adoptarem esse tipo de conduta, a querer ameaçar fazer algo semelhante!

Exige-se sempre de uma instituição com enorme peso social como a CMSF que contribua para a paz e tranquilidade social, e não o contrário!

Também decorrente desta reunião ficou decidido que alguns cavalos que foram eliminados no primeiro dia, que integrassem a finalíssima para colmatar as ausências dos cavalos que perderam a vida! Até aqui tudo bem! Porém não foi chamada à esta inclusão a histórica rainha desta prova, a égua Armando Cunha, que foi eliminada também no primeiro dia! Uma falta de respeito e consideração para com esta histórica égua de 16 anos que deu tanta alegria aos foguenses e que representou a ilha do Fogo de melhor maneira à nível nacional durante a sua juventude! Também o mesmo se diga que foi uma falta de respeito e consideração para com o seu proprietário, um dos históricos a nível nacional, o nosso conhecido “Raúl Bob”, que muito contribuiu para que esta festa não morresse!

É esse sentido que nós (comunidade hípica) estamos indignados e surpresos pela negativa com estas atitudes adoptadas por parte da Câmara de São Filipe, a qual desde já solicitamos explicações decorrentes desta prova hípica que infelizmente e alheia à vontade de todos ficou manchada no seu centenário! Aproveitamos também para solicitar a CMSF que suspenda a atribuição do dinheiro das bilheteiras prometido ao proprietário/clube enquanto este caso não tiver uma decisão final decorrente de uma investigação séria de quem de direito!

Solicitamos também desde já as intervenções da Procuradoria Regional do Fogo, o Governo (através de instituições competentes para esta área), o MDR-Regional do Fogo que tomem a iniciativa de investigarem esse infeliz acontecimento e apurar as responsabilidades e punir os responsáveis!

O autor é membro da Comunidade Hípica Cabo-verdiana.



1 COMENTÁRIO

  1. Plenamente de acordo. As autoridades devem investigar e punir os eventuais responsáveis por este insólito caso e que jamais venha acontecer. Uma barbaridade para os indefesos.

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