Conheça a lista das proibições que os talibãs impuseram às mulheres

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São 29 as proibições, que retirava as mulheres todo o tipo de direitos. Elas não podiam rir, as suas vozes não podiam ser ouvidas em público, não podiam trabalhar fora de casa, não podiam ser examinadas por um médico, não podiam sair de casa a não ser acompanhadas do marido, entre outros

A Associação Revolucionária das Mulheres do Afeganistão recuperou a lista das 29 proibições que os Talibã impuseram ao sexo feminino, ao abrigo da Sharia, a lei Islâmica.
Com o regresso dos Talibã ao poder, as mulheres deverão voltar a desaparecer do espaço público. Nos anos em que estiveram no poder, entre 1996 e 2001, o grupo extremista Islâmico impôs uma lista de 29 regras que retirava às mulheres todo o tipo de direitos.

Durante anos, o Afeganistão foi considerado o País mais perigoso do mundo para as mulheres e encontra-se, por enquanto, no segundo lugar, depois da Índia.

Antes do regresso dos Talibã, a vida para a maioria das Afegãs já era uma rotina infernal, marcada por casamentos infantis, violações e violência física e verbal. Contudo, a sociedade registou alguns progressos nos últimos 20 anos, desde o afastamento dos Talibã. As raparigas podiam estudar, as mulheres trabalhavam e ocupavam cargos públicos.

O regime violento e repressivo que regressa ao Afeganistão tem tentado passar a imagem de que mudou, mas o terror que leva milhares de Afegãos a tentar a qualquer custo fugir do País é revelador.

A Associação Revolucionária das Mulheres do Afeganistão recuperou a lista das 29 proibições que os talibã impuseram ao sexo feminino, ao abrigo da Sharia, a lei islâmica:

  • Proibidas de trabalhar: Existia a proibição total do trabalho feminino fora de casa. Apenas algumas médicas e enfermeiras tinham permissão para trabalhar em alguns hospitais de Cabul (capital do Afeganistão).
  • Completa proibição de qualquer tipo de atividade fora de casa: As mulheres só podiam sair de casa se fossem acompanhadas pelo marido ou por um familiar masculino como pai, avô, irmão ou filho.
  • Proibidas de realizar negócios com comerciantes do sexo masculino.
  • Proibidas de ser tratadas por médicos homens.
  • Proibidas de estudar: As mulheres não tinham permissão de andar na escola, universidade ou qualquer outra instituição educativa. As escolas para raparigas foram convertidas pelos talibãs em seminários religiosos.
  • Obrigadas ao uso de um longo véu (burca) que as cobre da cabeça aos pés.
  • Podiam ser chicoteadas, espancadas e vítimas de abusos verbal: A mulheres que não se vistam de acordo com as regras dos talibãs ou que não estejam acompanhadas pelo marido ou por um familiar masculino podiam ser vítimas de violência física e verbal.
  • Podiam ser chicoteadas em público as mulheres que não escondessem os tornozelos.
  • As mulheres acusadas de ter relações sexuais fora do casamento eram condenadas ao apedrejamento público até à morte.
  • Proibidas de usar produtos de cosmética: Não podiam usar por exemplo maquilhagem nem verniz. Houve casos de mulheres que, por usarem verniz nas unhas, tiveram os dedos amputados.
  • Proibidas de falar ou apertar a mão a homens: Só o podem fazer aos maridos ou familiares.
  • Proibidas de rir em voz alta: Os talibãs consideravam que ninguém estranho à mulher poderia ouvir a sua voz.
  • Proibidas de usar saltos altos que produzissem som ao caminhar: Os homens não podiam ouvir os passos de uma mulher.
  • Proibidas de apanhar um táxi: Só o podiam fazer acompanhadas pelo marido ou familiares do sexo masculino.
  • Proibição da presença feminina na rádio, televisão ou reuniões públicas de qualquer natureza.
  • Proibidas de praticar desportos ou entrar em qualquer clube desportivo.
  • Proibidas de andar de bicicleta ou mota: Só o podiam fazer se fossem acompanhadas pelo marido ou familiar do sexo masculino.
  • Proibidas de usar roupas de cores vivas: Para os talibãs, as cores vivas eram consideradas “cores sexualmente atraentes”.
  • Proibidas de reunir para festividades: Como para os Eids, as celebrações em nome de Alá.
  • Proibidas de lavar roupa nos rios ou praças públicas.
  • Modificação de todos os nomes de ruas e praças que incluíam a palavra “mulher”: Por exemplo o nome “Jardim das Mulheres” passou para “Jardim da Primavera”.
  • Proibidas de espreitar das varandas do seu apartamento ou casa.
  • Todas as janelas das casas tinham de ser opacas: Esta obrigatoriedade tornava impossível que alguém da rua conseguisse ver as mulheres dentro das suas casas.
  • Alfaiates masculinos não podiam medir, nem costurar roupas femininas.
  • Proibidas de utilizar casas de banho públicas.
  • Não podiam viajar no mesmo autocarro que os homens: Existia uma distinção entre os autocarros para homens e os para mulheres.
  • Proibidas de usar calças largas: Mesmo que fossem usadas por baixo da burca, as calças largas continuavam a ser proibidas.
  • Proibição de fotografar ou filmar mulheres.
  • A impressão de imagens de mulheres em revistas, livros, ou penduradas em casas ou lojas eram proibidas.