Trata-se de uma criança, conforme adiantou Jorge Barreto. Entretanto há mais 4 casos suspeitos em Santiago, um em São Domingos e três no Tarrafal
O número de pessoas recuperadas da Covid-19 em Cabo Verde aumentou hoje para 241, com a recuperação de mais um paciente, na Cidade da Praia.
De acordo com o Diretor dos Serviços de Prevenção e Controlo de Doenças, trata-se de uma criança, sem no entanto avançar com mais detalhes.
Jorge Barreto anunciou entretanto o surgimento de mais 4 casos suspeitos, sendo um em São Domingos e três no Tarrafal de Santiago.
Quanto a pessoas em quarentena, o Médico adianta que um total de 1351 pessoas estão nessa condição, sendo 464 na Praia, 357 em Santa Cruz, 315 em São Vicente, 73 no Sal, 68 em São Nicolau, 23 em Santa Catarina entre outros Concelhos.
Barreto alerta no entanto que mais casos surgirão no País. “Se a população não for exposta ao vírus, ela vai continuar suscetível, portanto o surgimento de casos vai continuar a acontecer, pelo menos a sua maioria”, diz, sublinhando que até certo ponto se a doença não trouxer consequências graves, “podemos arriscar a dizer que é benéfico uma pessoa entrar em contato com o vírus para que o seu organismo possa desenvolver anticorpos”, isso porque ao ter desenvolver essa “imunidade a pessoa estará protegida”.
O País contabiliza hoje um aumento de mais 34 novos casos de Covid-19, elevando a fasquia para 536 casos confirmados do novo coronavírus, que resultaram em cinco óbitos e 240 recuperados.
De momento há 289 pessoas internadas no País, sendo 268 na Praia, incluíndo 1 de Cidade Velha, 3 de São Domingos, 11 em Santa Cruz, 1 no Tarrafal de Santiago, 8 no Sal, 1 em São Vicente.
De realçar que a aplicação dos testes rápidos tem estado a ser aplicados por todo o País, e amanhã na Cidade da Praia haverá duas tendas uma em Vila Nova e outro em Eugênio Lima.
“Se a doença não trouxer consequências graves …” Essas são palavras que devemos usar com muito cuidado porque o Sr. Barreto não definiu como ele mede “consequências graves”. Essas palavras podem voltar no futuro para assombrá-lo.
De salientar que 99 em cada 100 pessoas se recuperam de uma infecção. Espera-se que uma pessoa morra por cada 100 pessoas infectadas. Em que ponto as consequências se tornam sérias? Quantas mortes serão necessárias ou com que rapidez elas ocorrerão antes que seja considerada uma conseqüência séria? É semelhante ao que Barreto disse pouco antes de 15 de maio, no momento da última prorrogação, “precisamos aprender a conviver com o vírus”. Por que repetir expressões que ouvimos de políticos estrangeiros que não se importam com a ciência, mas apenas valorizam o dinheiro? Por que não imitar os cientistas estrangeiros que dizem que poderíamos conviver com o vírus depois que ele estiver sob controle? E alguns países estão fazendo exatamente isso!
É uma ladeira muito escorregadia que você cria quando fala assim ao público. A verdade é que temos que encontrar um equilíbrio delicado e prudente. E as decisões a serem tomadas não são para os fracos de coração. Mas quando você faz essas declarações ao público, pode parecer um pouco insensível ou até descuidado com relação ao lado da equação que valoriza a vida humana. Não é na América que o dinheiro importa acima de tudo, incluindo a vida.
Por favor, visualize os cenários que podem estar à frente e sejam mais cautelosos e mais compassivos com suas declarações. Com base na imagem que estamos vendo no momento, é inteiramente possível que possamos gerar 1.500 ou mais infecções. Ou seja, pelo menos mais 10 pessoas podem morrer. A maneira pela qual esses sentimentos foram expressos pode não envelhecer bem, depois de tudo dito e feito.
As palavras que você usa e a maneira como as diz podem ter sérias conseqüências quando se fala de vida versus dinheiro. Existem pessoas que não conseguem viver com o vírus e para quem a morte é muito mais que uma consequência séria. Posso lembrar a Barreto que ele é um cientista, não um político. Por favor, escolha suas palavras com cuidado.
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