Covid-19. Não será surpresa aparecimentos de casos nas Ilhas não afetadas

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Quem o diz é o Diretor Nacional de Saúde, ao falar da retoma dos voos inter ilhas, agendados para o final de junho, incluindo a Ilha de Santiago para outros pontos do País

Artur Correia disse ontem, na habitual conferência de Imprensa, que com a retoma dos voos domésticos, a partir do dia 30 de junho, incluindo a Ilha de Santiago, não será surpresa nenhuma o surgimento de mais casos nas outras Ilhas.

“Não temos dúvidas que vão aparecer mais casos, não só nas Ilhas que já foram afetadas como nas outras que não estão afetadas, sobretudo agora que vai haver abertura de Santiago com outras Ilhas”, disse, admitindo ser “algo previsível e queremos partilhar com todos que não será surpresa o aparecimento de mais casos”.

Para o DN de Saúde, o País não pode ficar fechado, nem as Ilhas podem ficar “sem comunicação”, ou seja, tem que haver mobilidade de pessoas, tem que haver trocas comerciais, a economia do País tem que funcionar, “e portanto, não podemos eternamente ficar com cada Ilha fechada, o que é impossível porque assim o País não andará”.

De realçar que depois de três meses suspensas, devido à pandemia da Covid-19, as ligações aéreas domésticas devem ser retomadas no próximo dia 30, com um voo entre Praia e São Filipe, prevendo a Transportes Interilhas de Cabo Verde realizar 34 voos semanais em julho.



2 COMENTÁRIOS

  1. Temos alguns laboratórios, alguns meios técnicos e algumas estruturas do Estado no setor da saúde. Temos no País uma ameaça que atualmente está atingir principalmente de forma assintomática mas que está sujeita a mutações e por isso poderia assumir forma diferente. Poderiam os meios ser finalizados adequadamente, por exemplo garantindo a segurança das pessoas antes de permitir viajar? A economia funda-se sobre a atividade dos vivos.

  2. Este é um erro grave. Garante que o vírus se espalhe fora de controle e milhares sejam infectados. Para cada 1.100 pessoas infectadas, 10 morrerão. Existem recursos suficientes para tratar todos aqueles que ficarão em estado grave? Não podemos nos dar ao luxo de sobrecarregar os limitados recursos de saúde das ilhas e do país.

    A economia não funcionará efetivamente se o vírus explodir em todas as ilhas por várias razões: Primeiro, temos muitas pessoas que são diabéticas ou com outras condições médicas, nem sabem disso. Segundo, muitas empresas sofrerão uma queda na procuração de productos e serviços quando os funcionários forem infectados e os consumidores começarem a perder a fé na segurança de sua saúde. Por fim, o vírus se espalhará ainda mais se os turistas voltarem com alguns infectados ou acabarem gravemente doentes com recursos de saúde insuficientes para conseguir tratamento.

    Lembre-se de que as notícias viajam muito rápido pelo mundo. Devemos evitar que Cabo Verde se torne um tópico de conversa global por ser um exemplo do que pode acontecer quando as autoridades de saúde agem às pressas e permitem que o vírus saia completamente do cotrol. Se isso acontecer, podemos nos despedir do setor de turismo.

    Parece que as autoridades de saúde estão jogando a toalha e agitando a bandeira branca. Este vírus não leva prisioneiros. Continue lutando e tome decisões que favorecem a vida humana. A economia se recuperará mais rapidamente se o vírus estiver sob controle e receberemos ajuda financeira internacional para reconstruí-la, se mostrarmos que fizemos um bom trabalho ao conter o vírus. Então, pare de pensar a curto prazo. Pense a longo prazo!

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