Alto Comissário da ONU para os Refugiados diz que apesar de a crise ter já vários anos, “o grande êxodo começou este ano”
Cerca de 1,9 milhões de pessoas saíram da Venezuela desde 2015 para fugir à crise económica e política que o País atravessa, anunciou a ONU. Os principais destinos são outros países da América do Sul como o Brasil, a Colômbia, o Equador e o Peru.
De acordo com o Alto Comissário da ONU para os Refugiados, Filippo Grandi, atualmente, “cerca de 5.000 pessoas abandonam a Venezuela a cada dia”, o que traduz na maior movimentação de pessoas “na história recente da América Latina”.
Esse Alto Comissário pede ainda política para ajudar não só os migrantes, mas também os países que os recebem, “são já mais de 2,6 milhões de venezuelanos fora do País”, diz.
Um porta-voz do ACNUR, William Spindler, explicou que o fluxo diário de 5.000 pessoas referido por Grandi é “uma tendência que se observa desde o princípio deste ano” e sublinhou que, apesar de a crise ter já vários anos, “o grande êxodo começou este ano”.
A grave crise económica que afeta a Venezuela, marcada por uma acentuada recessão, hiperinflação e escassez de alimentos, medicamentos e outros produtos básicos, provocou um êxodo maciço de centenas de milhares.
“Louvo os países que mantiveram as suas fronteiras abertas e que oferecem asilo ou outras formas de permanência legal” aos venezuelanos, declarou Grandi.
Mas, prosseguiu, “há ainda muito a fazer para garantir a coerência regional da resposta dada em matéria de proteção”.
