CRISE NO PAICV: Júlio Correia volta à carga

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Deputado da Nação endereçou nova missiva a Manuel Portugal dos Reis, que conduz o que Júlio Correia considera “famigerado processo disciplinar” contra quantos viabilizaram a lei da regionalização, na generalidade na Assembleia Nacional

Em nota endereçada, via E-mail, na véspera do Natal, a Manuel Portugal dos Reis, Júlio Correia que é um dos alvos do processo disciplinar movido pela liderança de Janira Hopffer Almada, veio dar conta de uma carta “mal escrita e em tom indisciplinado” do Presidente da Comissão Nacional de Jurisdição e Fiscalização, CNJF, do PAICV.

“A nota agora vem precisar que o famigerado processo disciplinar em relação à minha pessoa e aos demais Deputados notificados não o é enquanto Parlamentares, mas sim como Militantes. Vejo que desta feita lhe ordenaram despir a farda do cargo que lhe impuseram no congresso da falácia e insurge-se politicamente contra os Deputados. Ordenaram-lhe atacar Deputados. A política é connosco mesmo. Vamos então ao terreiro”, desafia Júlio Correia.

“Se bem entendi a argumentação, estamos a ser ‘arguidos’ a responder em sede da CNJF, e à perfídia do despotismo e do nepotismo por detrás de um manhoso e covarde biombo”, acrescentou o antigo Ministro da Administração Interna que não baixa a guarda nesta polémica, deixando claro que nem ele nem os demais colegas vítimas do mesmo processo não cometeram “nenhum ato ilícito ou indecoroso”.

E Júlio Correia avisa, categórico. “Não estamos dispostos em legitimar processos antidemocráticos de purga e silenciamento mascarados de ‘normalidade estatutária’. Qualquer lei, estatuto ou norma que, em seu fundamento e materialidade, fira e contrarie a Constituição da República, está automaticamente na contramão da legalidade democrática e não se deve descurar que eu e os demais Deputados, em nome do e para o Partido, levemos este caso que tresanda à corrupção da legalidade às instâncias da Legalidade”

E, mais adiante, desafia Manuel Portugal dos Reis a passar o recado “a quem lhe manda escrever-nos”.

Júlio Correia que já foi Vice-Presidente da Assembleia Nacional fala também de “grande descaramento” que é a CNJF reduzida a uma única pessoa, e aconselha Manuel Portugal dos Reis, a não fazer “tudo o que” a Direção de JHA lhe manda fazer, e adverte-lhe que a continuar “vai-se dar muito mal”.

“No desenfreio de fazer fretes, o Senhor, não terá tomado tento à forma e ao conteúdo das suas palavras, descuido que não vamos “tomar de barato”, nem deixar de “responder em sede de direito”, avisou.

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3 COMENTÁRIOS

  1. Enquanto a JHA não acabar com o Partido ela não descansa . Pena haver gente, como este Portugal que ainda lhe faça fretes. Este não percebeu que mesmo os Turcos como Nuias, Black, Móises, João do Carmo, etc, desisivos no golpe que a catapultou para a liderança , viraram -lhe as costas porque perceberam que sem Partido não há líder . Os demais militantes que circundam a Janira são gananciosos à procura de notoriedade, pois, sabem que com notáveis presentes continuarão a não passar de chinelas. Afinal, gente já perto de terceira idade como Florenço, Paula Moeda (ou Estrela Melo), Nando Moeda, Fatima ou Antero Coelho, que nunca deram nada de substancial ao PAICV, só podem ser vistos depois da partida de Strelas como José Maria Veiga, Felisberto Vieira, Julio Correia,
    José Maria Neves e outros heróis tambarinas. Mas, tenham cuidado, depois desses pode ser a treva total !…

  2. Tudo isto acontece porque, salvo raríssimas exceções, temos em Cabo Verde, um jornalismo de araque. Não serve para nada. Durante a semana passada, JHA teve a honra de passear por algumas instituições públicas, sempre acompanhado por serviçais da RCV e TCV, ambos mantidos graças aos impostos dos trabalhadores cabo-verdianos. Engraçados, nenhum dos jornalistas de serviço ousaram questionar a JHA sobre o processo inquisitório em curso no Paicv. Durante as fastiosas visitas foram mostradas a JHA a brincar com crianças nos jardins de infâncias, no mesmo momento em que eram expedidas cartas de notificações a deputados pelo simples facto de estes exprimirem as suas opiniões. Quando oiço o Carlos Santos (AJOC) a falar, penso comigo: como são vendíveis esses jornalistas; que custa perguntar à JHA porque razão pessoas são perseguidas por delito de opiniões no seio do Paicv?

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