Profundamente triste com os resultados das eleições de ontem, particularmente no Maio e na Praia.
Razões várias estarão na origem dos surpreendentes resultados, mas, a meu ver, algumas não diretamente imputáveis aos candidatos terão pesado significativamente.
No Maio, creio que a badalação do slogan “mudança” encontrou eco junto de uma juventude ávida de uma grande transformação da ilha que se vem anunciando há muito, mas tarda em arrancar. Neste particular, o atraso na implementação do propalado projeto LAM terá tido alguma influência na alimentação da descrença. Mas, confesso, estava longe de imaginar que Michel, um autarca esclarecido e com provas dadas, fosse perder com Nhunot, um candidato de última hora, sem pergaminhos de dirigente e sem argumentos que sustentassem o apelo à mudança!
Na Praia, a perceção de um certo descontentamento de algum eleitorado mpdista, alegadamente por uma deficiente ligação dos dirigentes com as bases, já se via como um risco. Mas não contava que uma boa franja do eleitorado do MpD fosse outra vez, por abstenção, beneficiar o Tchico, o maganão do dinheiro do nosso clube de ténis, um político quezilento, complexado e fomentador do ódio de classe!
Equívocos nos julgamentos populares acontecem desde os tempos bíblicos, mas, pelo Maio e pela Praia, gostaria de estar enganado!
Opinião publicada no Facebook do autor
Também eu mas às coisas que nos amargam a boca acontecem lá onde, nos momentos e circunstâncias inesperados.
Es estava na disposição de apostar pela Praia e muitos outros municípios incluindo o Maio, mas Deus me foi muito prudente.
Não era esperado que autarquicamente o MpD viesse a ficar numa situação incrivelmente comprometida, mas em fim.
Agora é analizar a situação com muita serenidade, descomplexadamente para que a situação se reverta nos próximos tempos evitando que não venhamos a ser surpreendidos com a reinstauração das Milícias Populares segundo o anúncio do nosso saudosista auto proclamado chefe da Praia.
“Quezilento, complexado e fomentador do ódio de classe”. E acha que com esses adjetivos está a contribuir para esclarecer alguma coisa. Deixe de tretas, Betu! Aceita que dói menos.
Foi duro, foi. Uma panóplia de razões, por certo, estará na origem de tamanho desaire. Há razões que o partido pode controlar e, à essas, a análise deve ser feita de forma descomplexada e tomadas as decisões cabíveis, duras por certo. Outras razões, que, pode-se dizer, de difícil controlo. Essas são mais difíceis, mas é estudar a melhor resposta. Confio no meu partido para dar volta a isto.
Esse foi o desabafo amargo da derrota, quando alguém vê com os dois olhos mais quer fingir que vê com um, torna-se difícil. A dor da derrota está a ser levado às costas de alguns “mpdista” menos pelo líder, que foi obrigado pela imprensa a abrir a boca num tímido comentário.
Caro Betu, você consegue fazer melhor, faça uma música para eternizar a amargura da derrota
Desde o momento que o MPD deixou de existir como partido político, os resultados de 2020 e 2021 ficaram a dever ao pouco prestígio dis candidatos do PAICV. A vitória de Francisco Carvalho sobre Oscar Santos não foi interpretado como uma falência do MPD e agora repetir de a cena com números astronômicos. O Presidente do MPD quis ser sozinho o partido. Rodeou se de amigos e deixou todos os militantes para trás. O que fizeram os seus amigos mais próximos? Arrumaram a vida acumuladando patrimônio e deixaram a governação de lado. Um exemplo. As derrotas em Maio, S.Nivolau, Boavista, Brava e Fogo ficaram a dever se ao castigo que a população aplicou ao Governo pela derrocada dos transportes aéreos e marítimos. Num país onde uns ganham centenas de contos e outros uma miséria. Se há dinheiro para vencimentos milionários no BCV e não só, tem de haver para os professores, para os médicos, enfermeiros e outros.
Em suma, Ulisses traiu o MPD e se continuar vai acabar com ele. Será em 2026.
Eu sou MPD responsável. Se for para dar salários sem controle no nosso país, prefiro perder as eleições, todas as eleições, mas ser responsável. A classe média quer salários igual aos funcionários do BCV? Isto tem um nome, inveja. Em Cabo Verde há muitos invejosos, incompetentes e que querem dinheiro exageradamente para gastarem nos deleites. Só que não vai haver irresponsabilidade, nem da parte do MPD, quanto mais dos comunistas que amam os baixos salários de uma forma ideológica. Sejam responsaveis, por favor. Professores, se não aceitarem os 16%, vão ficar sem nada quando os comunistas tomarem o poder.
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