Desafios da Rejeição

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“Foi desprezado e rejeitado pelos homens, um homem de dores e experimentado no sofrimento. Como alguém de quem os homens escondem o rosto, foi desprezado, e nós não o tínhamos em estima.” Isaías 53:3

Lamentavelmente, ouvi a frase: ‘Não temos mais lugar no carro; infelizmente, você vai ficar’, quando eu tinha apenas nove anos de idade. Isso aconteceu depois da minha mãe, Rosinha, me ter preparado pela manhã para uma visita de estudo e participação em um jogo escolar em Roçadas, na ilha do Fogo.

Lembro-me de sentir um gosto amargo na boca e meu coração doeu diante da rejeição. Os colegas mais robustos embarcaram no carro, liderados pelo professor, e, por ser o mais franzino, fui deixado por último, sozinho e desamparado.

Neste mundo, frequentemente somos tratados de maneira favorável ou escolhidos com base em nossa aparência, origem ou pela nossa subserviência e lisonja. Infelizmente, somos igualmente julgados e rejeitados por nossa aparência física, origem ou pelas convicções que mantemos firmes.

Jesus, o Filho de Deus, foi um exemplo de rejeição. Apesar de sua natureza divina, ele foi cercado, caluniado e alvo de acusações planejadas para levá-lo à morte. Não por ser maligno, mas simplesmente por ser de Nazaré (como Natanael, um dos discípulos, expressou: ‘Pode vir algo bom de Nazaré?’) e falar a verdade.

A mensagem de Cristo confrontava diretamente o sistema religioso e político que operava naquele tempo e que ainda prevalece no mundo atual. É por isso que a sua mensagem é rejeitada e até mesmo excluída dos currículos escolares, pois não vai de encontro aos interesses do sistema, que não quer lidar com ideias contraditórias.

Infelizmente, enfrentamos diariamente a injustiça e a rejeição neste mundo. No entanto, se mantivermos o mesmo espírito de Jesus, poderemos superar essas indiferenças e rejeições.

Seremos capazes de avançar com fé e determinação, cumprindo nossos propósitos e alcançando plenamente nossos objetivos como seres humanos. Independentemente das portas que se fecham, devemos ter a capacidade de criar nossas próprias oportunidades e alcançar o empoderamento necessário. Quanto ao episódio de ter sido deixado para trás, os colegas retornaram com uma derrota e explicaram que perderam porque o jogo envolvia cálculos. Como disse o meu colega Odair: “Se tu tivesses participado, teríamos vencido, pois és o melhor em matemática na nossa turma.” Mesmo quando os outros nos rejeitam, não perca a esperança nem o ânimo, como diz Jesus em Mt. 20:6: “Assim, os últimos serão primeiros, e os primeiros serão últimos”, portanto, é fundamental lembrar que somos os únicos capazes de superar essa mazela que corrói o bem-estar neste mundo, a rejeição e o desprezo.