Diáspora é um dos “principais estabilizadores sociais e económicos” de Cabo Verde

1

Posição foi hoje defendida no Parlamento pelo Ministro das Comunidades, na abertura do debate sobre a “Centralidade da Diáspora Cabo-verdiana na sua dimensão económica, social e cultural”

Jorge Santos explicitou que as contribuições económicas e financeiras diretas e indiretas dos emigrantes representam um valor estimado superior a 25% do PIB, superando a ajuda pública ao desenvolvimento e ao próprio investimento direto estrangeiro.

O Ministro das Comunidades realçou, ainda, que as transferências financeiras da Diáspora Crioula “são um dos mais importantes ativos e fluxos de financiamento” da economia nacional.

Jorge Santos observou que as estatísticas do Banco Central, referentes à década de 2011 a 2020, mostram que as transferências dos emigrantes representaram em média 15% do PIB, e que apenas no ano de 2021 as remessas correntes, atingiram o valor de 25.833.000 de contos Cabo-verdianos, um aumento de 22% em relação a 2020.

“Estas remessas de 2021, financiaram 44% do total do défice comercial de bens e representou 16% do PIB”, adicionou.

O investimento direto da Diáspora atingiu em 2021 os 4 milhões de contos, informou na sequência, observando que o empreendedorismo social e a solidariedade das nossas Comunidades emigradas participam em 7% das despesas familiares em Cabo Verde, segundo dados do INE.

Estas estatísticas, consta o Ministro, “espelham bem” a dimensão económica e social da Diáspora Cabo-verdiana e a “confiança” no País e nas suas instituições.

O Ministro acentuou que a importância estratégica da emigração para o desenvolvimento de Cabo Verde, em termos económicos, políticos, sociais e culturais, “é um facto incontestável”.

Nação com 2 milhões de pessoas

Na sua alocução, o Ministro apontou para uma Nação com cerca de 2 milhões de pessoas. Aos 500 mil cidadãos no território nacional, há cerca de um milhão e 500 mil Cabo-verdianos entre África, América e Europa e Resto do Mundo. Um facto que na opinião de Jorge Santos “dá o sentido da grandeza” da Nação Cabo-verdiana.

Outro dado relevante, adicionou Santos, é que em media cerca de 250 mil Cabo-verdianos residentes na Diáspora “têm direta ou indiretamente”, o seu segundo centro de interesse económico fixo em Cabo Verde e que em média em cada 5 anos, visita “uma vez” o País.



1 COMENTÁRIO

  1. Este é um dos nossos maiores problemas mentais: que uma população de apenas 2 milhões “dá o sentido da grandeza” da Nação Cabo-verdiana”. Esta é uma população pequena em termos de tamanho nacional. Existem várias nações insulares com mais do que isso vivendo dentro dessas nações. E eles entendem que são pequenos, e não grandes.

    Só estamos nos enganando se pensarmos que 2 milhões é grande. Certamente não é. Esse tipo de pensamento pode dar origem a um complexo de superioridade e à arrogância que o segue.

    É provavelmente por isso que tantos na diáspora estão chateados e fartos com o tratamento que recebem quando estão aqui, quando na realidade são um dos principais contribuintes para a economia deste país.

Comentários estão fechados.