Dirigente da UCID, candidato a Presidente de Câmara Municipal arguido em crime de tráfico de drogas

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Aldirley Gomes é formalmente acusado do crime de tráfico para consumo. O Ministério Público diz que o Vice-Presidente da UCID é “traficante consumidor”

É um caso que está a dominar a opinião pública na Ilha do Sal, onde o Vice-Presidente da UCID reside. Há vozes que estranham, no entanto, o adiamento para depois das eleições Autárquicas, do julgamento deste caso.

Aldirley Gomes, um dos Vice-Presidentes da UCID, na Oposição, e assumido candidato deste Partido a Presidente da Câmara Municipal do Sal, nas eleições Autárquicas deste ano, está formalmente acusado, pelo Ministério Público, da prática de um crime de tráfico de drogas, tendo sido apreendido no interior da sua residência, em Santa Maria, várias doses de produtos que após testes, acusaram positivo para cannabis.

Corria o ano de 2019, mês de outubro, a PJ, devidamente autorizada, realizou buscas domiciliárias na residência de Aldirley Gomes e confiscou vários produtos que submetidos a testes acusaram positivo para cannabis. As pesagens dão cerca de 1 kg de droga, que segundo a acusação era utilizada para consumo ilícito.

O Ministério Público fundamenta que o dirigente da UCID “anterior a outubro de 2019” tem-se dedicado “de forma sistemática e reiterada à compra, venda, consumo, cedência, oferta ou entrega” de produtos estupefacientes, e que ele “adquiria as substâncias (…), sendo certo que também plantava tais substâncias na residência onde morava”.

Também foram apreendidos na residência do dirigente da UCID, “substâncias provenientes e relacionadas com a atividade de tráfico de substâncias estupefacientes”.

Aldirley Gomes é formalmente acusado do crime de tráfico para consumo. O Ministério Público diz que o Aldirley Gomes é “traficante consumidor”, pelo que vai a julgamento, entretanto adiado.

Julgamento adiado

No entanto, o que está a intrigar alguns Advogados ouvidos pelo OPAÍS.cv, é a decisão do Tribunal do Sal em adiar o julgamento para depois das eleições Autárquicas, não dando, imediatamente, seguimento à acusação do Ministério Público.

A defesa do arguido, argumentando que sendo Aldirley candidato da UCID a Presidente da Câmara Municipal do Sal, o julgamento devia ser adiado para depois das Autárquicas, ainda sem data fixada.

Uma tese recusada um por Advogado, para quem a lógica de que Aldirley é candidato autárquico, não tem “nem validade nem fundamento”, pois, apesar do anúncio público desta disponibilidade, a candidatura só é válida depois de apresentado e legalizado pelo Tribunal, onde a pessoa concorre, o que ainda não se efetivou “até porque não se conhece a data das eleições”.

Confrontado, via telefone, com as acusações contra a sua pessoa, Aldirley prometeu uma reação para mais tarde, quando chegasse a casa, só que às nossas novas ligações deixou de atender as chamadas, inviabilizando-nos de ouvir a sua versão.



2 COMENTÁRIOS

  1. Em quase todos os paises é conhecida por erva medicinal, mas aqui na terra dos ignorantes é ilegal.A pior maldição que poderia acontecer a Cabo Verde foi ser governada por caboverdianos…

  2. A variedade da cannabis que temos em Cabo Verde só muito residualmente é medicinal. O produto medicinal tem de sofrer transformações tecnológicas, que em Cabo Verde não será possível fazer. Eu estou de acordo que o Governo poderia admitir a cultura de cannabis para fins medicinais e destinadas a exportação. Um processo de muitos riscos , mas ao alcance dos nossos técnicos.

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