Distanciamento social continua na África subsaariana até 2022

Consideração é do FMI, afirmando que só nesse ano a economia vai regressar aos níveis de 2019

O Fundo Monetário Internacional, FMI, considerou hoje que as medidas de distanciamento social na África subsaariana vão manter-se até final de 2022, e que só nesse ano a economia vai regressar aos níveis de 2019.

“A nossa projeção central assume que, para a maior parte dos países, algum distanciamento social, voluntário ou obrigatório, vai continuar em 2021, mas vai depois desvanecer-se no final de 2022, com a expansão da cobertura das vacinas e as melhorias nas terapêuticas, e a redução da transmissão local para níveis baixos”, lê-se nas Perspetivas Económicas para a África subsaariana, hoje divulgadas pelo FMI.

De acordo com a mais recente previsão do Fundo, a economia da região da África subsaariana deverá ter uma contração de 3% este ano, crescendo depois 3,1% em 2021.

O FMI alerta que “a África subsaariana está a lidar com uma crise económica e sanitária sem precedentes, que em apenas alguns meses pôs em causa os ganhos de desenvolvimento dos últimos anos e perturbou a vida e os rendimentos de milhões de pessoas”.

O reaparecimento de novos casos em muitas economias avançadas e o espetro de surtos cíclicos na região “sugerem que a pandemia vai provavelmente continuar a ser uma preocupação muito séria durante algum tempo”, dizem os técnicos do FMI, notando que a reabertura das economias está a contribuir para já haver sinais de crescimento no segundo semestre.

“Mesmo com custos económicos e sociais elevados, os países estão cautelosamente a começar a reabrir as economias e estão à procura de políticas que reiniciem o crescimento; com um abrandamento das medidas de confinamento, preços das matérias-primas mais altos e melhoria das condições financeiras tem havido alguns sinais de recuperação na segunda metade do ano”, lê-se no relatório.

Ainda assim, para o conjunto do ano, o FMI prevê uma recessão de 3% na região, salientando que as economias mais dependentes do turismo, como Cabo Verde, e os países exportadores de matérias primas, como Angola ou a Guiné Equatorial, foram os mais afetados.

A nível mundial, o FMI prevê uma recessão de 4,4% em 2020 e uma recuperação de 5,2% em 2021.